![O que esperar de Andrea Belotti no Benfica?](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Corria o ano de 2017 e Andrea Belotti encantava a Europa ao anotar 28 golos e sete assistências pelo Torino. Equipa que, apesar de histórica, não foi além do nono lugar nesse ano. Pior, só mesmo em 2020, quando a principal estrela da equipa, Belotti, apontou 22 golos e três assistências, mas não conseguiu evitar o 16.º lugar da equipa de Turim no campeonato italiano.
Belotti, uma estrela que parecia estar fora da constelação certa, teve em 2022 o movimento que há tanto fazia por merecer e acabou por rumar à AS Roma, na altura orientada por José Mourinho. Uma transferência que se esperava brilhante, mas que se foi mostrando um pouco aquém das expectativas impostas inicialmente.
Depois de 10 golos na Roma seguiu-se um empréstimo à Fiorentina e, com apenas quatro ocasiões felizes na cidade de Florença, o avançado que outrora encantara Itália com golos para dar e vender, viu-se numa perspetiva de redescoberta no projeto do Como 1907. Um projeto jovem e ambicioso, que contava com Belotti para ser uma das figuras experientes do conjunto do norte de Itália, ainda assim, o ícone do Torino encontrou-se novamente numa situação algo infeliz, com apenas dois golos marcados em 19 jogos disputados pelo clube.
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Na presente época, já suplente da equipa treinada por Cesc Fabrégas, e com 31 anos, viu surgir o interesse do Benfica que, surpreendentemente, avançou mesmo para a sua contratação. Nesse sentido, e numa altura em que a transferência já uma realidade na Luz, o que é que se pode esperar de Andrea Belotti no Benfica?
É certamente estranho associar estes dois nomes na mesma frase em pleno 2025, no entanto, se analisarmos bem, podemos tentar compreender melhor a sua junção. Belotti é o típico ponta de lança à moda antiga. Um avançado maioritariamente de área, que finaliza bem com os dois pés, forte fisicamente, forte nos duelos aéreos e inteligente nas zonas próximas da baliza. Não é alguém que se caracterize pela velocidade, muito menos pela técnica ou pelo drible, mas pelas principais características de um típico N.º 9.
A verdade é que há alguns anos, a associação de Belotti com o Benfica seria algo de invejar e de antecipar com grande entusiasmo. Isto porque, com 113 golos em 251 jogos pelo Torino, Belotti tornou-se numa das maiores figuras do clube e da própria liga no melhor período de rendimento. No entanto, nesta altura da carreira, a utilidade de Belotti questiona um pouco a gestão que se poderá fazer do jogador na Luz.
Face ao rendimento recente de Pavlidis, e ao dinheiro investido no avançado grego, a titularidade não é algo que se possa colocar em causa num primeiro momento. Por outro lado, se a contratação do italiano se previa como a substituição de Arthur Cabral no plantel, o brasileiro ainda se mantém à disposição das águias, o que faz com que Bruno Lage tenha neste momento quatro avançados, com Amdouni incluído.
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Tendo em conta que o sistema tático utilizado pelas águias conta apenas com um homem na frente, o tempo de jogo restante dos três avançados que não são titulares vai ser repartido algo escasso. Se por um lado a eficácia já não é a palavra de ordem para descrever Belotti, a falta de tempo de jogo certamente não facilitará esse processo. O cenário não parece favorável para o italiano neste momento.
Não se deve esperar que Belotti venha resolver os eventuais problemas no ataque do Benfica, nem se deve, muito menos, esperar que dadas as circunstâncias, Belotti venha a ser outro Jonas. É um cenário utópico, dificilmente concretizável, e que apenas coloca no jogador mais um pano de pressão e até ilusão.
Belotti chega ao Benfica em mais uma tentativa de se redescobrir e de relançar novamente a carreira como jogador. O italiano não chega pelo que fez nas últimas épocas, mas sim pelo que fez anteriormente. Caso consiga encontrar o seu melhor futebol, Belotti será uma grande mais-valia para o Benfica e poderá acabar mesmo por ficar em definitivo. Caso contrário, Belotti juntar-se-á à lista de esperanças que o Benfica tentou renascer em vão.