Fernando Alonso revelou um momento cativante de “o que poderia ter sido” na sua carreira, confessando o quão perto esteve de se juntar à Red Bull durante um período crucial na ascensão da equipa à dominância. A reflexão franca do campeão mundial de Fórmula 1 por duas vezes destaca uma decisão que poderia ter reescrito a história do desporto e o seu próprio legado.
A Ascensão de Alonso e a Trajetória de Carreira Imprevisível
Alonso, que fez a sua estreia com a Minardi em 2001, destacou-se com a Renault, conquistando campeonatos mundiais consecutivos em 2005 e 2006. Apesar destes feitos, a sua trajetória de carreira tomou rumos imprevisíveis. A sua tumultuada temporada de 2007 com a McLaren, um regresso à Renault e uma passagem competitiva mas sem títulos na Ferrari pintaram um quadro de imenso talento frequentemente frustrado pelo tempo e pelas circunstâncias.
Em 2008, no auge do seu regresso à Renault, Alonso encontrou-se à beira de uma mudança que definiria a sua carreira. A Red Bull, ainda nos seus primeiros anos e longe de se tornar a potência que viria a ser, abordou Alonso com uma proposta convincente.
As Reuniões Que Quase Fizeram História
Alonso revelou duas discussões cruciais com os altos responsáveis da Red Bull—Adrian Newey e Christian Horner—que poderiam tê-lo visto ao volante do Red Bull RB5 em vez de Sebastian Vettel. Uma reunião, realizada no Aeroporto de Heathrow em Londres, estabeleceu as bases, enquanto outra conversa mais clandestina teve lugar num parque de estacionamento no Aeroporto de Spa, na Bélgica.
“Estávamos naquele parque de estacionamento, sentados nos bancos de trás, ambos à noite, a falar sobre a possibilidade,” recordou Alonso.
Nessa altura, Alonso também estava em conversações avançadas com a Ferrari para 2009 ou 2010, um fator que influenciou a sua decisão de abdicar da oportunidade na Red Bull. A Red Bull acabou por apostar num jovem Sebastian Vettel, uma decisão que se revelou transformadora para a equipa.
O Futuro Incerto da Red Bull na Altura
A hesitação de Alonso resultou do historial não comprovado da Red Bull. Em 2008, a equipa apenas tinha alcançado um pódio—o segundo lugar de David Coulthard em Mónaco. A Red Bull era amplamente vista como uma “empresa de bebidas energéticas” a tentar entrar no sério negócio da Fórmula 1.
“Prever que eles vão ganhar sete ou oito campeonatos na próxima década não era totalmente garantido,” admitiu Alonso.
Isso espelha o ceticismo que Lewis Hamilton enfrentou ao deixar a McLaren pela Mercedes em 2013—uma mudança que parecia questionável na altura, mas que acabou por resultar em seis títulos mundiais adicionais.
O Caminho Não Percorrido
A retrospectiva torna a decisão de Alonso um intrigante “e se.” A Red Bull dominou o desporto, conquistando quatro campeonatos consecutivos de Pilotos e Construtores com Vettel de 2010 a 2013. Entretanto, os anos de Alonso na Ferrari foram definidos por quase vitórias, terminando em segundo lugar no campeonato três vezes.
Alonso refletiu sobre a natureza imprevisível de tais decisões, dizendo:
“Quando Lewis mudou de McLaren para Mercedes… [houve] muitos críticos. Agora ele é um campeão mundial sete vezes. É o mesmo com a Ferrari—não se sabe o que Lewis vai alcançar no próximo ano. Se a Ferrari se sair bem e ganhar um campeonato, é uma grande jogada.”
O Presente e o Futuro de Alonso
Agora a competir com a Aston Martin, Alonso continua a ser um dos pilotos mais formidáveis do pelotão, demonstrando resiliência e adaptabilidade. Assinado até 2026, o espanhol está esperançoso por mais uma oportunidade de glória no campeonato, talvez provando que a sua jornada, embora não convencional, ainda tem capítulos por escrever.