Num desporto onde as estrelas costumam brilhar mais intensamente nos grandes palcos, os playoffs da NBA de 2025 têm-nos mostrado uma realidade frequentemente esquecida. Os títulos não se ganham apenas com superestrelas, mas com plantéis profundos, equilibrados e bem construídos.

Ao longo desta pós-temporada, tem sido evidente que as equipas que sobrevivem e prosperam não são apenas aquelas com um jogador que marca 35 pontos por jogo, mas sim aquelas que conseguem manter o nível competitivo quando os titulares descansam no banco. Numa liga cada vez mais exigente em termos físicos e táticos, a rotação de qualidade tornou-se essencial, especialmente num calendário de playoffs que não perdoa desgaste ou lesões.

Os Minnesota Timberwolves são, talvez, o exemplo mais claro desta tendência. Embora Anthony Edwards esteja a afirmar-se como uma superestrela legítima, é a profundidade do plantel que tem feito a diferença. Jogadores como Naz Reid, DiVincenzo e Nickeil Alexander-Walker têm contribuído de forma constante, tanto defensiva como ofensivamente, permitindo a Chris Finch gerir melhor os minutos dos titulares e manter intensidade em ambas as partes do campo.

Do lado Este, os Indiana Pacers surpreenderam ao ultrapassar adversários mais talentosos “no papel”. Tyrese Haliburton lidera a equipa com mestria, mas é o coletivo que tem impressionado: Obi Toppin, TJ McConnell e Ben Sheppard têm sido peças fundamentais vindas do banco. A capacidade do treinador Rick Carlisle em confiar na sua rotação completa tem dado frutos e frustrado equipas com menos profundidade.

Por contraste, equipas que dependem demasiado de dois ou três nomes têm sentido dificuldades. Os Suns, por exemplo, com Kevin Durant, Devin Booker e Bradley Beal, enfrentaram enormes problemas de coesão e energia, em parte porque o banco raramente conseguia manter o nível. A falta de apoio nos momentos de maior pressão, ou simplesmente quando os titulares se cansam, mostrou que talento isolado já não chega nos playoffs modernos.

É impossível ignorar o fator físico nesta equação. Com séries disputadas a cada dois dias, os jogadores de topo não conseguem jogar 40 minutos por noite sem pagar um preço. Lesões musculares, quebras de rendimento e erros táticos têm sido visíveis nas equipas que não conseguem fazer substituições eficazes. Ter um banco confiável já não é um luxo, é uma necessidade estratégica.

Esta realidade deve influenciar, inevitavelmente, o modo como as franquias constroem os seus plantéis nos próximos anos. O modelo do “Big Three” parece cada vez mais obsoleto. A era das super-estrelas isoladas está a dar lugar a núcleos coesos, versáteis e fisicamente preparados para o rigor dos playoffs. Equipas como os Celtics, com um banco sólido e uma rotação bem definida, têm mostrado consistência e adaptabilidade, duas qualidades-chave para o sucesso no título do ano passado.