
Kylian Mbappé deu uma entrevista em Espanha ao canal 'La Sexta' onde abordou, entre outros temas, a questão da depressão no futebol. Um tema tabu que o avançado do Real Madrid gostaria que fosse mais debatido e compreendido pela sociedade.
"Queria deixar claro, porque não podemos brincar com este tipo de coisas: conheço pessoas que sofrem de depressão, colegas de equipa. É um problema grave, há pessoas que sofrem, incluindo jogadores de futebol, que não falam. Não somos super heróis, somos humanos e há pessoas que têm problemas em lidar com isso", explicou o internacional francês. "Se todos tentarem fazer um pouco, o mundo será um lugar melhor".
A pressão e as críticas constantes são fatores que podem levar a momentos depressivos. Por isso Mbappé prefere não ver as redes sociais, embora admita que, para os que lhe são mais próximos, nem sempre é fácil ler e ver certas coisas. "É mais difícil proteger as pessoas que me rodeiam. Estamos numa bolha, mas às vezes as pessoas que nos são próximas sofrem. Tento dar o meu melhor, tento dizer-lhes que faz parte do trabalho, um dia és Deus e no dia seguinte és o diabo. É o nosso trabalho. Em cada jogo sei o que pode acontecer, para o bem e para o mal, mas as pessoas de fora não lidam com a pressão da mesma forma."
Mbappé falou também da luta contra o racismo e de algumas posições que assumiu publicamente em França, nomeadamente sobre a imigração. "A primeira vez que me pronunciei as pessoas questionaram, 'porque é que ele está a falar?' Mas antes de ser jogador de futebol sou uma pessoa normal, que vive a sua vida e vê as coisas a acontecer. Algumas gosto, outras deixam-me triste ou zangado. No final dou a minha opinião de acordo com os meus valores, que acho que são os corretos."