Com o Benfica a arrebatar a Taça de Portugal de voleibol pela 21.ª vez em 29 finais, o que faz das águias os maiores conquistadores do troféu, seguidos por SC Espinho (12/21), Castêlo da Maia (6/11), FC Porto (6/8), Leixões (5/14) e Sporting (5/8), quatro das últimas sete conquistas, em dez finais, aconteceram já sob o comando de Marcel Matz.

«Acho que o volume de jogo defensivo, entre serviço, bloqueio e transição, acabou por se completar um pouco mais, mas foi um dia em que não gostei particularmente do serviço. Já fizemos melhor em treino», começou por referir o técnico brasileiro após a vitória frente ao Leixões por 0-3 (22-25, 25-27, 19-25) em Matosinhos.

«O serviço que causou mais dificuldade para lá foi um serviço de jogo de praia. É uma proposta de trabalho no voleibol, ter um melhor nível na pancada. O jogo foi complicado, o primeiro e o segundo sets foram complicados. No terceiro, conseguimos abrir muito. Já era muito difícil de acreditar, pensando do ponto de vista do Leixões, quando já está 2-0 e aquela diferença toda a meio do set. Mas eles continuaram a lutar e ainda passou um tempo no 24-19», foi contando sobre o encontro.

«Gostei de vários aspetos do jogo. Uns jogadores estiveram melhor, outros nem tanto. Alguns já não jogavam tão bem há algum tempo. A entrada do Japa [André Aleixo] deu tranquilidade à equipa, um jogador com muita experiência e qualidade, não tão físico como o Pablo Natan e o Nivaldo. Tenho a sorte de ter plantel grande, que dá a possibilidade de ter sempre seis jogadores competitivos lá dentro».

«Esta vitória vai dar força, mas também é uma dor de cabeça para mim. Todos querem jogar, treinar. Hoje estamos com jogadores a mais no plantel até para treino. Está difícil colocar todos a treinar, mas isso, na hora do jogo, é uma virtude», admitiu, lançando também a reta final do campeonato: «Conseguimos ser primeiros na fase regular, só com uma derrota. Fomos consistentes e agora podemos decidir em nossa casa, só que isso não quer dizer nada. Quer dizer que vamos ter mais apoio, sendo que hoje tivemos menos. Parabéns aos adeptos do Leixões, que foram educados e apoiaram bem a sua equipa para um espetáculo incrível. A partir de agora, vamos ter a força das bancadas mais vezes.».

«O segundo set teve um impacto tremendo»

Algo emocionado encontrava-se Tiago Sineiro, que para colocar o Leixões na final eliminara o Sporting e, já na final four, o Câstelo da Maia. O treinador sabia o que quebrara a equipa.

«O segundo set teve um impacto tremendo. Especialmente também com a carga que já trazíamos de ontem [contra o Castêlo da Maia, 3-2]. E, depois de estar a perder 2-0 com o Benfica, é sempre complicado. O poderio físico notou-se», salientou.

«O Benfica serviu muito bem, nós sofremos muito com isso. Ganhou bem e agora vamos continuar a lutar. A época não acabou. Temos uns quartos de final do campeonato para tentar ganhar frente ao Castêlo da Maia. Parabéns ao Benfica».

«Decidiu o melhor serviço e a maturidade nos momentos decisivos, em que se consegue tomar melhores decisões. Depois, o desgaste também chega quando a parte emocional vem um bocadinho abaixo. Foram estes os três fatores», explicou, sobre a derrota. «O nosso projeto é muito sério. Vamos continuar a querer chegar o mais longe possível. Para já, é tentar ganhar os quartos de final [do campeonato]. E depois, muito provavelmente, voltar a enfrentar o Benfica nas meias-finais. Vamos à luta. É o que nos compete fazer.»