Lá p’ra dentro! Marcar seis golos ao Sporting? É fácil! Juro, Joca! A sério!

Não é exatamente assim a sequência que se tornou viral nos primórdios dos vídeos publicados na internet. Mas há lá um Joca que se tornou imortal para uma certa geração; e retrata uma queda dolorosa.

Mais ou menos como aquela que protagonizou o Sporting na visita à Juventude Pacense, no sábado, de onde saiu derrotada por 8-4. O culpado principal, foi João Guimarães. Ou Joca. Que marcou seis golos. Seis! Juro! Pela minha morte!

E menos de 24 horas depois, para o avançado de 28 anos é como se nada de especial tivesse acontecido. Aliás, ele nem é mais aquele Joca com os patins calçados e a camisola 74 nas costas. É apenas o tio João. E por muito que o mundo queira conhecer o herói da goleada histórica do clube de Paços de Ferreira, as atenções são todas para a Vitória, de nove anos, o Vítor Júnior, de oito e a Camila dois.

Ou quase todas, vá. A BOLA ainda lhes consegue roubar o tio para fazer umas perguntas sobre a tarde inesquecível que protagonizou na véspera. Ainda que o dia, garanta, não seja muito diferente de qualquer outro domingo. «Está a ser mais um dia de fim de semana normal. Estive com a minha família e os meus amigos. Mas claro, com uma alegria diferente pela boa vitória que conquistámos», assume.

A diferença maior no dia-a-dia do jogador que fez quase toda a carreira no Óquei de Barcelos e que regressou esta época a Portugal, depois de uma época ao serviço dos italianos do Bassano, é o telemóvel. Esse não pára de tocar.

«Não faço ideia de quantas mensagens e chamadas recebi, mas que sem dúvida que fizeram do dia ainda mais especial. Recebi algumas de Itália, de pessoas com quem já não falava há algum tempo. E deixa-me muito feliz que continuem a acompanhar», admite.

E não é para menos. Não faltam golos na carreira de Joca. Mas para quem tinha quatro golos marcados nos primeiros seis jogos da época, apontar seis, e logo frente ao atual campeão europeu, é digno de registo. Afinal, falamos de alguém que pode orgulhar-se de ter apontado metade (!) dos golos que a equipa de Edo Bosch sofreu no campeonato até ao momento.

Ainda assim, Joca não dá um valor desmesurado ao feito. Defende que foi apenas um jogo que lhe correu particularmente bem e no qual foi bastante eficaz nos livres diretos – marcou três golos dessa forma – e no jogo corrido.

«Não há uma inspiração em particular. Nós trabalhamos para crescer diariamente, e acho que foi um dia muito bom, no qual tudo correu bem. Quando se procura e se trabalha, a sorte bate-nos à porta».

Definitivamente, Joca soube abrir essa porta de oportunidade. E isso resultou num dia histórico para o clube que está entre a elite nacional pela segunda época e que, ao fim de três confrontos, venceu pela primeira vez os leões. Na opinião do jogador, porém, isso acarreta uma maior cobrança. Agora, ele e a Juventude Pacense terão mais olhos em cima de si.

«O jogo foi especial para mim, não só pelos golos, mas pela exibição da equipa e a envolvência gerada em Paços de Ferreira. Mas também traz uma responsabilidade acrescida para os próximos jogos», termina Joca, antes de voltar para junto dos sobrinhos.

Juro!