Autor do penálti decisivo que valeu a conquista da Liga dos Campeões ao OC Barcelos, Luís Querido não escondeu a felicidade e admitiu estar a viver um sonho. "É um sentimento para o qual não há palavras. Em criança jogava hóquei sozinho no quarto e dizia que ganhava a Liga dos Campeões e agora acabei de a ganhar. É o atingir de um sonho. Não vou falar de justiça ou injustiça, porque quem ganha o título, isso nem se coloca em causa. É um sentimento inexplicável."

Jogar no quarto

Tinha a sorte de ter um quarto grandinho, abria a porta do armário e se a bola ficasse lá dentro era golo, se saísse o guarda-redes tinha defendido. Jogava com um stick, que os meus pais deixavam-me jogar em casa, mas não com uma bola a sério.

Imaginava este momento nessa altura?

Cresci e tive a sorte de ver o OC Barcelos atingir patamares muito altos a nível mundial. Vi o meu pai perder a Champions pelo OC Barcelos, portanto é normal que sonhasse um dia chegar a esse patamar. Chegou a minha hora e estou extremamente feliz pelo que consegui para o OC Barcelos, para a minha carreira e do que conseguimos para Barcelos, porque é o marco mais alto dos últimos anos.

Sentimento após o penálti marcado, depois da tristeza na Taça de Portugal do ano passado

Acho que para podermos chegar aqui, para termos novas oportunidades é preciso trabalhar muito. Disse, já este ano, que o mister [Rui Neto] ia arranjar antídotos para nós não desligarmos ali, continuarmos a trabalhar, porque as conquistas este ano não iam ser só a Supertaça. Acabamos de ser campeões da Europa.

Que vais fazer ao teu cabelo após esta conquista?

Quando ganhei a Supertaça pintei-o e agora vou rapá-lo, mas não sou só ele. Quase toda a equipa vai fazê-lo, só os que estão sujeitos a ficar carecas é que não se compremeteram.

Pai a assistir nas bancadas

Não o vi antes, nem durante o jogo, só agora nos festejos. O nome Querido está associado ao OC Barcelos e a títulos no OC Barcelos. O meu pai ganhou alguns deles. Ele acompanha os meus triunfos e esforçou-me para eu atingir este patamar, por isso, estou muito orgulhoso por o ter ao meu lado num dia tão importante para mim.

Dedicatória

Dedico a toda a minha família. Tenho uma família muito unida. Como filho nunca me faltou nada, como homem, desde que casei, também nunca me faltou nada. Por isso dedico à minha família, aos meus pais, aos meus filhos, às minhas irmãs. Não só a eles, mas são inevitavelmente as primeiras pessoas que me vêm à cabeça após ser campeão europeu.

O que lhe passou pela cabeça quando levantou a Taça?

Imaginei muitas vezes este momento, mas nunca é como imaginámos, porque o entusiasmo, a emoção e o sentimento vêm ao de cima. Ia a pensar nas vezes que imaginei isso e correu lindamente. A festa será longa hoje, isso é garantida.

Suplente dos suplentes aos 14 anos

Tive de trabalhar muito e dedicar-me muito para atingir este patamar. Estive perto de deixar o Hóquei, porque não era opção aos 14 anos, mas depois as coisas mudaram de um momento para o outro. O meu pai nunca permitiu isso e hoje sou campeão da Europa. Dava um documentário na Netflix.

Que dirias ao menino atrás da rede quando o teu pai ganhou a Champions?

Agora é a tua vez. Hoje foi o meu pai que veio atrás de mim e me abraçou após uma conquista tão importante como esta.