Viktor Gyokeres, Pedro Gonçalves, Hidemasa Morita, Nuno Santos... O Sporting já tem mais titulares no camarote do que em campo, e arrisca-se agora a ficar também privado de Geny Catamo. O moçambicano saiu lesionado do jogo com o Farense, mas a equipa de Rui Borges parece encarar todas estas adversidades de peito feito. Foi assim que Conrad Harder marcou, ao minuto 88, o golo que deu tranquilidade ao público presente no Estádio José Alvalade, garantindo assim a terceira vitória consecutiva para o campeão em título e líder da Liga.

Não se pode dizer que a exibição do Sporting tenha sido exuberante, mas foi consideravelmente sólida e segura. E perante tantas contrariedades o mais importante é mesmo não abanar, algo que Rui Borges tem conseguido.

Gyokeres esteve novamente na bancada, por conta das limitações físicas que arrasta, mas a equipa verde e branca não perde garra com Conrad Harder, e entrou em campo decidida a agarrar logo o jogo. Bastaram 11 minutos para Iván Fresneda abrir a contagem, num lance bem ilustrativo de duas das facetas mais visíveis da abordagem autoritária dos pupilos de Rui Borges. Por um lado a agressividade na reação à perda de bola, por outro a mobilidade do ataque posicional, com Conrad Harder a assumir o papel de assistente, à esquerda, e Fresneda, de forma um tanto ou quanto surpreendente, a surgir na área para o primeiro golo de leão ao peito.

Bragança pegava no jogo junto a Inácio, Quenda juntava-se a Trincão em zonas interiores, Catamo e Maxi davam largura. Às tantas Harder abria na ala e Araújo surpreendia no corredor central. Uma dinâmica elevada a desbloquear o jogo, perturbada depois pela lesão preocupante de Catamo, substituído por João Simões ao minuto 25.

Mas logo aí o Sporting deixou claro que não se deixaria abalar por mais uma contrariedade: na sequência do canto, apontado por Trincão, chegou ao segundo golo, apontado por Diomande.

Depois disso é que o ritmo baixou, a dinâmica perdeu fulgor, embora com a equipa da casa sempre instalada no meio-campo ofensivo. O Farense só reagiu perto do intervalo, mas conseguiu um golo - apontado por Lucas Áfrico e validado com recurso ao VAR - que reabriu o jogo para a segunda parte.

Não que a equipa de Tozé Marreco tenha sido muito mais audaz. O Sporting continuou a ter um domínio estável, e o 3-1 pareceu sempre mais provável do que o 2-2, mas nos minutos finais a formação algarvia ainda conseguiu, em saídas rápidas para o ataque, provocar alguns calafrios. O maior deles num lance em que Rui Silva chocou com Gonçalo Inácio, mas já depois de ter afastado a bola (82').

Por essa altura a equipa da casa já não contava com o contributo de Daniel Bragança, que saiu também com queixas, mas seria Matheus Reis, que o rendeu, a tirar o cruzamento para o golo de peito de Harder, que sentenciou o jogo ao minuto 88.

Com uma finalização fria e eficaz, o dinamarquês mostrou que tem também a capacidade de tranquilizar os adeptos do Sporting.

A equipa de Rui Borges segue firme na liderança da Liga, e conserva uma margem de erro importante para o que aí vem, que agora será a visita ao FC Porto, no clássico que abrirá a 21.ª jornada da Liga.