
Paulho Athanazio, mais conhecido como Dodô no mundo do futebol, explicou como o vício em apostas desportivas o levou a acumular mais de 160 mil euros em dívidas em cerca de três anos, numa reportagem da Globo Esporte.
O atleta brasileiro, que joga no Campinense na época atual, experimentou as apostas «por curiosidade» e acabou por tornar os palpites em algo habitual do quotidiano: «Ia jogando e vendo coisas na internet daquelas pessoas que apostam, que diziam que tinha de aumentar o valor (da aposta) e diminuir o número de jogos (por aposta). Jogava, ganhava, perdia, ganhava, perdia...»
Em retrospetiva às más decisões da vida, que o levaram a perder o apartamento, o carro, os relógios, chuteiras e relações familiares, Dodô desabafa: «Sujei o meu nome. Tudo o que tinha de valor, perdi».
O extremo, que chegou a disputar a Série B, em 2021, ao serviço do Bahia, notou que as apostas se tornaram um vício quando começaram a tomar conta da rotina: «Percebi que estava viciado quando comecei a deixar de me focar no futebol. Por exemplo, se fosse treinar às 8:00 da manhã, apostava em jogos da Austrália ou da Coreia, que começavam às 2h00 da manhã e acabavam às 4h30 ou 5h00 da manhã. Só aí é que ia dormir.»
«Pedia dinheiro emprestado aos meus amigos e colegas do futebol. Era para apostar, mas contava-lhes histórias tristes. É para se ter uma noção do nível que atingi enquanto mentiroso e pessoa má», acrescentou o jogador de 25 anos.
Agora recuperado do vício, Athanazio contou ainda que a maior aposta que fez foi de cerca de oito mil euros numa vitória do Corinthians: «O Corinthians perdeu para o Racing, da Argentina, e foi quando eu perdi».