No 'Geração 90', podcast do 'Expresso' onde, entre outros, falou sobre a pressão de ser jogador de futebol e da transição do FC Porto para o Benfica, João Félix abordou também as críticas que recebe frequentemente e revelou qual o maior objetivo que tem na carreira.

"Hoje em dia, nada me afeta. Ao início, claro que sim. Muita gente não percebe, ou não tem a consciência, que o jogador de futebol - e não só - também tem amigos e família. Somos todos iguais, feitos de carne e osso. Temos sentimentos, emoções. A malta esquece-se um bocado disso, talvez por acharem que ganhamos muito dinheiro e temos de lidar com isso. As pessoas não têm noção que temos a nossa vida privada. Se não estivermos a render tão bem no campo, as pessoas não se lembram que algo pode não estar bem. Mas é o mundo que é, o importante é aprender a lidar. Se te afetar, acabas por ir abaixo", começou por frisar.

Confrontado com um cenário difícil - se tem mais medo do fim da carreira ou de não atingir tudo o que ambiciona -, Félix acabou por assumir que os seus maiores sonhos são conquistar um Mundial e uma Liga dos Campeões: "O fim da carreira só vou começar a sentir mais para a frente, aí é que vou ter um sentimento diferente. Agora, acho que vou estar tranquilo. Sei que vou ter sempre coisas para fazer. Agora não me assusta. Daqui a uns anos, talvez a conversa seja outra. Não conquistar o que desejo? Claro que quero conquistar. O meu maior sonho a nível profissional? Ganhar um Mundial, uma Liga dos Campeões...".

Num registo mais descontraído, o internacional português, que veste a camisola do Chelsea, assumiu que gostaria, no futuro, de "formar uma família". "Gostava de ter, no mínimo, três filhos. O meu maior medo? Não tenho qualquer medo do que as pessoas vão dizer se as coisas não correrem bem. Tenho, se calhar, de falhar comigo mesmo. De me desiludir. Saber que há coisas que posso atingir e não atingi-las por culpa minha", acrescentou, antes de deixar um conselho aos mais novos: "Fazer o que te faz feliz. Hoje em dia, vemos muitos pais a forçar os miúdos a irem para o futebol. A dizer 'vais ser isto, aquilo, o novo Cristiano Ronaldo'. Em Viseu via muito isso", concluiu.