A candidatura de João Diogo Manteigas à presidência do Benfica recebeu perguntas de adeptos e sócios do clube da Luz e o advogado respondeu a temas que, refere, têm intrigado os benfiquistas. Para já, foram três os temas abordados pelo candidato, com destaque para a centralização dos direitos televisivos. E, nesse capítulo, Manteigas diz que se vai bater pela redução do número de equipas na primeira e segunda ligas. 

"A centralização dos direitos audiovisuais favorece os clubes mais pequenos, mas reflete pior a procura de quem quer comprar esses direitos. O futuro imediato dos direitos audiovisuais vão condicionar substancialmente a indústria, logo a diminuição desses direitos irá gerar dificuldades que entendemos insuperáveis aos clubes mais valiosos, como é o caso do Benfica.  Não se deve analisar este processo com base noutras ligas distintas, no seu formato ou cultura. A nossa liga tem muitas participantes e todos diferentes. O Benfica tem de lutar para a manter no mínimo os valores que recebe atualmente, a rondar os 40 milhões de euros ano, o que vai ser difícil. Ainda não há uma certeza do modelo de centralização que a Liga e a FPF irão apresentar à Autoridade da Concorrencia, embora se saiba a preferência pela adoção do modelo espanhol, que entendo não ser replicável em Portugal. O Benfica tem de liderar este processo ao lado da Liga, da FPF e do governo, nem que seja para meter a centralização em standby, se bem que o ideal era revoga-la e estuda-la melhor. O caminho que eu defendo é o da redução dos quadros competitivos da primeira e segunda liga. Menos clubes, mais qualidade, mais competitividade, mais dinheiro e receita audiovisual para todos. Portugal não tem lugar para albergar 18 clubes para cada Liga. O Benfica não tem de temer ir contra esta centralização se a solução não for a melhor para o clube", destacou.

A questão da comunicação do Benfica também foi abordada por João Diogo Manteigas, que defende uma reformulação profunda, tendo em conta que considera que esse departamento deixa muito a desejar.

"A comunicação do Benfica é inexistente para fora e ineficaz para dentro. É, seguramente, um dos tópicos que mais debato e de que ouço mais queixas por parte dos benfiquistas. Queremos reformular o departamento de comunicação, implementar novos canais, uniformizar procedimentos internos com o objetivo de garantir mais transparência e mais conteúdos para sócios e adeptos. Vamos abrir o Benfica aos adeptos, aproxima-los. O Benfica tem receio de se abrir aos sócios, porque quem lá está dentro não quer ser alvo de crítica. Pois bem, faz parte da exposição de se trabalhar no melhor clube do mundo. Queremos investir nas nossas redes sociais e dar acesso a projetos independentes aos nossos jogadores de todas as modalidades. Iremos também reestruturar a BTV e fazer aposta em novos conteúdos e pessoas. Falta aos nossos jogadores perceberem o sentimentos dos sócios. É preciso insistir com mais informação sobre modalidades e mais contacto entre atletas e quem vai aos pavilhões. Queremos também que o departamento de comunicação seja uma das primeiras linhas de defesa do clube. Vamos arranjar uma estratégia de comunicação pró-ativa, sempre com o objetivo de defender o Benfica", destacou, o advogado, que também foi questionado sobre o ambiente no estádio da Luz.

Temos noção que o ambiente do Estádio da Luz deve ser melhorado. Será uma prioridade no início do nosso mandato criar uma experiência diferente e única para que os nossos sócios e adeptos tenham um maior impacto nos jogos e puxar mais pelas nossas equipas, quer antes, quer durante os jogos. Teremos alterações relacionadas com o speaker, que é um tema que nos tem chegado, e uma nova abordagem e enquadramento das músicas e das luzes. É preciso fomentar o apoio orgânico de todos para que seja um estádio em uníssono sem ser abafado por músicas que pouco ou nada se identificam com o Benfica. Por outro lado, iremos reunir com a Liga e o governo para pressionar a extinção da reformulação quase integral das zonas com condições especiais de acesso e permanência de adeptos. É uma aberração na lei, não permitir panos ou bandeiras com dimensões de um metro por um metro. Os sócios e adeptos têm de fazer novamente parte dos jogos no Estádio da Luz".