
João Almeida revela que adoeceu nos últimos dias da Paris-Nice, depois de ter vencido a quarta etapa, e que foi esse o motivo por baixado o desempenho, que tê-lo-á impedido de lutar pela camisola amarela na corrida francesa marcada sob fortes intempéries de chuva, frio, vento e neve.
Apesar da enfermidade, que não especificou, numa nota publicada nas redes sociais esta segunda-feira, o português da equipa UAE Emirates faz um «balanço muito positivo desta semana de competição», em que enfrentou «dias incrivelmente difíceis em condições extremamente frias e desafiantes».
Almeida congratulou-se por, «finalmente», ter alcançado «a primeira vitória nesta temporada», e enfatizou-a: «E que bem que ela soube!»
No entanto, após esse dia em que bateu Jonas Vingegaard nos últimos metros da subida coincidente com a meta em La Loge des Gardes, levando-o a afirmar que estaria «pronto para mostrar quem é o João Almeida e tentar vencer a Paris-Nice», o corredor entrou em decréscimo de rendimento, e revelou agora o motivo: «Infelizmente nos últimos dias adoeci, não conseguindo estar no meu melhor, mas dei tudo até a linha de meta», explicou.
Na etapa seguinte, a quinta, que terminou com uma subida mais curta e íngreme do que a anterior em que venceu, João Almeida ainda se defende, perdendo apenas sete segundos para o vencedor, o francês Lenny Martinez, e quatro para o norte-americano Matteo Jorgenson, que conquistou então a camisola amarela que não mais despiu até ao final da Paris-Nice.
No entanto, um dia depois, sob chuva e vento intensos, numa etapa plana, João Almeida e toda a sua equipa ficaram cortados da frente da corrida, onde estava o líder Jorgenson e a sua formação Visma Lease a Bike, e ainda a maioria dos demais adversários diretos do português na classificação geral, que cedeu dois minutos na meta. Atraso para a primeira posição desde logo praticamente irrecuperável para o corredor de A dos Francos.
Após esse dia aziago para as pretensões do ciclista luso, seguiu-se a tirada que originalmente era antevista como a mais exigente e seletiva, a etapa-rainha da prova, que todavia foi reduzida a cerca de 100 quilómetros e à derradeira ascensão (1.ª cat.) para a meta. As dificuldades de João Almeida em manter-se com os principais oponentes foram evidentes, mas, ao seu estilo, resiliente, conseguiu integrar o grupo do camisola amarela Matteo Jorgenson, na 15.ª posição, a 1.14 minutos do vencedor, o australiano Michael Storer (Tudor), que o ultrapassou no quarto lugar geral.
Finalmente, na última etapa, ainda montanhosa, percorrendo as elevações pirenaicas a norte de Nice, e com final nesta cidade, João Almeida já não conseguiu resistir entre os melhores na fase final, perdendo 1.40 minutos para o vencedor, Magnus Sheffield (Ineos) e ainda a quinta posição da geral para o norte-americano.
Um resultado certamente aquém do que João Almeida ambicionava à partida para a Corrida ao Sol.
O português, de 26 anos, continua a declaração a «agradecer a toda a equipa pelo apoio incondicional e essencial, especialmente nos dias mais difíceis», ressalvando que «nem sempre tudo corre como queremos, mas o importante é ultrapassar as dificuldades de cabeça erguida!», e termina a nota apontado o «foco na recuperação e na próxima competição».