A demora fez o mundo do ténis estranhar. Afinal, outros manejadores de raquetes que acusaram positivo em testes de doping viram os caso serem resolvidos num ápice. Com Jannik Sinner, líder do ranking ATP, a justiça demorou um pouco mais a agir.

Praticamente um ano depois de ter sido apanhado com clostebol nos meandros do organismo, o italiano ficou a saber que enfrentará uma suspensão de três meses que durará até 4 de maio. A Agência Mundial Anti-Doping (WADA) aceitou que Sinner “não tentou fazer batota” e que a substância foi-lhe administrada sem o seu conhecimento não tendo resultado em qualquer “melhoria no desempenho”. Ainda assim, o tenista de 23 anos não se livrou de ser responsabilizado pela “negligência da comitiva”, motivo que justifica o castigo.

Em março de 2024, Jannik Sinner estava a disputar o torneio de Indian Wells quando o fisioterapeuta lhe colocou um spray para remendar uma ferida na mão. Terá sido por essa via que, em quantidades reduzidas, o clostebol se infiltrou no seu figurino. Só em agosto, antes do US Open, o caso foi tornado público.

Entretanto, Sinner deixou de trabalhar com o fisioterapeuta, Giacomo Naldi, de seu nome. Na reestruturação da equipa técnica, também Umberto Ferrara, o preparador físico, abandonou o barco. À procura de “ar fresco”, o número um do mundo assumiu que não se sentia "confiante em continuar com eles".

Desde aí, Sinner ganhou o US Open e Roland-Garros, títulos que não irá perder. A suspensão divulgada pela WADA não incomoda a participação no Grand Slam francês que se inicia apenas a 25 de maio.

“Sempre aceitei que sou responsável pela minha equipa e entendo que as regras restritas da WADA são importantes para proteger o desporto que amo”, declarou Sinner num comunicado em que disse aceitar a penalização.