
Duelo de gansos e canários, a fechar a jornada 31 da Liga Betclic, promete equilíbrio a julgar pelos momentos de forma e os registos recentes de ambas as formações: duas equipas tranquilas a meio da tabela - Estoril (9.° classificado) e Casa Pia (8.°) -, separadas por dois pontos ao cabo de 30 jornadas, e que vivem uma fase de menor fulgor na temporada, na qual ambas só venceram uma partida nos últimos sete jogos.
Apesar de esperar um "encontro competitivo", esta segunda-feira, no Estádio Municipal de Rio Maior, Ian Cathro aponta a "fazer um bom jogo e ganhar".
"Vamos ter um jogo muito competitivo, entre duas equipas que têm tido uma época de crescimento, com rotinas bem instaladas. Somos equipas diferentes mas, acredito que vamos ter um jogo bem disputado e espero que seja um bom jogo de futebol. Amanhã é um jogo em que queremos jogar bem, melhorar, ter menos erros no nosso jogo, ter humildade para trabalhar muito para conseguir o objetivo de amanhã que é fazer um bom jogo e ganhar. Temos que entrar com uma atitude de humildade, muito trabalho e entreajuda para conseguirmos fazer um jogo completo e sem os erros que possam prejudicar o bom trabalho que tenho a certeza que vamos fazer", destacou o técnico dos canarinhos este domingo em conferência de imprensa.
Sobre os pontos fortes dos lisboetas, o escocês atirou: "É uma equipa muito rotinada, tem várias dinâmicas no jogo, na construção, no ataque ao espaço. Tem muitos padrões em linhas de bola, é uma equipa bem preparada".
No entanto, não se esqueceu de mencionar: "É o jogo que podemos dizer, o foco tem de estar mesmo no nosso trabalho e se conseguirmos fazer o nosso jogo, acredito que temos o talento suficiente para fazer um bom jogo de futebol".
Por outro lado, o treinador do Estoril - que volta a orientar a equipa a partir do banco de suplentes depois de cumprida a suspensão -, vê regressar ao leque de opções os defesas Wagner Pina e Bacher, bem como o avançado João Carvalho, depois dos três terem cumprido o castigo, o que deverá provocar algumas alterações, relativamente ao último encontro, no xadrez estorilista.
Sem querer descortinar o onze no jogo de encerramento da ronda 31 do campeonato, sublinhou que "esses jogadores têm muitos minutos por uma razão", sendo que o médio Xeka, que já não voltará a atuar na presente temporada, devido a lesão, será a única baixa confirmada no conjunto da Amoreira. Sobre o seu regresso ao banco, deixou vincado que é uma mais-valia: "É muito importante não subestimar a importância do treinador mas, também, não fazer o contrário. Obviamente, que o treinador estar presente no banco é importante. Vamos estar mais forte durante um jogo, se estamos juntos".
E adiantou ainda: "Espero muito que na próxima temporada se eu falhar, outra vez, com a tradução na minha cabeça e ofender alguém, e se a equipa ficar sem treinador, a equipa vai estar mais bem preparada e estável com mais meses de trabalho e experiência em jogos juntos. Neste momento voltamos ao normal, os jogadores estão preparados para fazer um bom jogo e vou poder sentir o jogo um pouco mais perto deles, e se for possível ajudá-los durante o jogo, vou ajudá-los mas, o mais importante é o contacto e sentir o lado deles".
Quanto à estreia de Tiago Brito na última partida, bem como à valorização dos jovens da equipa de sub-23, desmistificou: "Queremos melhorar, queremos desenvolver os nossos talentos mas, é meritocracia pura. Para os miúdos terem a oportunidade de entrar na equipa principal é porque eles têm valor e merecem, e que a equipa pode crescer com esse jogador. Não sou o Pai Natal ou o Easter Pony (Pónei de Páscoa), eles têm que conseguir as coisas".
Relativamente, à pergunta se a sua maneira de estar no futebol tem contribuído para a evolução do futebol português, o treinador de 38 anos, que nunca 'tem papas na língua', respondeu, aos jornalistas: "Felizmente, tenho alguns anos de futebol e experiências extremas até e muito intensas, passei por muita coisa, por isso não tenho medo de nada e digo o que sinto. Gosto do que gosto, não gosto do que não gosto mas, essa pergunta são as outras pessoas que podem responder".
"Se não ganharmos amanhã, alguém vai escrever que somos uma grande m..."
Depois de ao longo da temporada ter sublinhado por diversas vezes que o "foco" está em "melhorar dia a dia", foi questionado se está satisfeito com a evolução que a equipa da Linha de Cascais tem tido ao longo da época, ao que Ian Cathro foi perentório: "Posso dizer que sim mas, também, há o outro lado porque se não ganharmos amanhã alguém vai escrever que só ganhámos um [jogo] para aí em três mil e tal [jogos] e somos uma grande m... porque é assim. Por isso é dia a dia, drama não, euforia não, o que acontece em campo é o que tem importância. E depois esperamos muito conseguir o nosso objetivo que é melhorar, jogar bem, ser dominantes, jogar sem medo, para que as pessoas gostem de ver a nossa equipa jogar e que ainda venham mais adeptos ver o Estoril porque pelo menos vamos disputar o jogo porque isso é muito importante, mas... é importante ganhar, também", finalizou.