Ninguém é eterno, nem mesmo Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi, que dominaram os holofotes do futebol mundial durante anos. O tempo passa por todos nós, e é provavelmente a única coisa que não se pode vencer, por isso resta-nos aceitar que há coisas que não voltam a ser o que eram antes. E o futebol não é exceção, com muitos dos seus principais intérpretes a baixarem o rendimento com o passar dos anos. No caso de Di María, a história não é bem esta, isto porque o craque argentino continua a encantar os adeptos, jogo após jogo, com o rejuvenescimento por que passa na sua carreira, quase ao estilo do famoso Benjamin Button, filme protagonizado por Brad Pitt no grande ecrã e que conta a história de um homem que em vez de envelhecer, vai ficando cada vez mais novo.
Mas a vida real não é um filme, e apesar de Di María estar a jogar ao mais alto nível, a vida futebolística do argentino está a dar os seus passos finais rumo ao Olimpo dos melhores de todos os tempos, eternizados como tal. Tendo isto em conta, o Benfica tem de começar a pensar na sucessão do craque argentino, o que de facto pode não ser uma missão fácil dada a dimensão de Di María e dadas as próprias características futebolísticas de Fideo. No entanto, existem no mercado algumas alternativas que se podem revelar interessantes, mas há uma que me enche as medidas por completo, e que tem um pezinho mágico à semelhança de Angelito.
Chama-se Gabriel Pec e atua neste momento nos LA Galaxy, clube que ficou famoso na alta roda do futebol mundial quando, em 2007, recebeu David Beckham nas suas fileiras, naquela que foi a primeira grande transferência da Europa para a MLS. De lá para cá tudo mudou, e a aposta dos clubes americanos passou a estar focada na formação e na construção de um futuro assente em jovens jogadores que se possam valorizar e gerar mais valias desportivas e financeiras. Gabriel Pec é, neste momento, a joia da coroa desta aposta coletiva da MLS, aliás o prémio de melhor contratação do ano prova isso mesmo, e está a voar em Los Angeles.
Aos 23 anos, o brasileiro formado no Vasco tem surpreendido meio mundo com a sua técnica apurada, finta desconcertante, enorme rapidez e uma capacidade de definição no último terço, que faz com que meia Europa queira garantir o seu concurso. Avaliado neste momento pelo Transfermarkt em “apenas” 12 milhões de euros, Pec já está alegadamente na lista de Arsenal, Liverpool, Atlético de Madrid, entre outros clubes que procuram garantir já este diamante por lapidar, e assim antecipar por exemplo a sua inevitável chamada à seleção principal do “escrete”, feito este que pode valorizar ainda mais o seu passe.
Gabriel Pec tem também dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, o que pode abonar também a favor dos encarnados, sendo que seria um jogador para atacar já tendo em conta a preparação da próxima época. É interessante analisar este tipo de jogadores, porque de facto deixam qualquer bom adepto de futebol em completa excitação, pelas suas características e por aquilo que aportam ao jogo, isto porque Pec representa o futebol de rua, a arte do “joga bonito” em todo o seu esplendor, arrisco-me a dizer que depois de Neymar, e para além talvez de Vini Jr, Gabriel Pec é o brasileiro com melhor drible e capacidade de poder atingir um alto patamar na carreira que tenho visto ultimamente. No ano passado, terminou a MLS com uns impressionantes 21 golos e 18 assistências, números completamente “ridículos” para um jovem de 23 anos que ainda não se encontra no patamar de topo do desporto rei.
Gabriel Pec é de elite, disso não tenho a mínima dúvida, e vai chegar muito longe, muito rápido. O futuro está aqui, e Gabriel Pec representa tudo o que o herdeiro de Di María deve ter, a começar no número 11 que já carrega nas costas, e terminando na magia que carrega na biqueira da bota esquerda. Do Rio de Janeiro para o mundo, deliciem-se com este artista, de seu nome, Gabriel Pec.