Há um ano, a Red Bull Racing abalou o mundo da Fórmula 1 ao anunciar uma parceria inesperada com a Ford, deixando para trás os seus planos iniciais com a Porsche e prolongando o seu domínio com motores Honda até ao final de 2025. Agora, com a temporada de 2026 a aproximar-se rapidamente, a fabricante americana deixa claro: não vêm para a F1 apenas para participar—vêm para ganhar.
Num vídeo recém-lançado, Making History | Red Bull Powertrains, os principais engenheiros da Ford e a liderança da Red Bull Racing expõem o monumental desafio que têm pela frente—e quão séria a empresa está em relação ao regresso à glória da F1.
“É um Sprint, Não uma Maratona” – A Ambição da Ford na F1
O Diretor Global de Performance da Ford, Mark Rushbrook, não minimizou a tarefa que têm pela frente.
“A Fórmula 1 é o desafio supremo. Não é uma maratona; é uma corrida de sprint. Sempre que se embarca num grande projeto, há os primeiros dias, a excitação, e depois, quando se entra a fundo, há momentos de ‘Em que nos metemos?’”
Esta mentalitade de alto risco tem sido refletida em todo o esforço conjunto da Red Bull e da Ford, com o principal responsável da equipa, Christian Horner, a admitir que o desafio de entrar como novo fornecedor de unidades de potência é monumental.
“É o medo do fracasso que nos motiva a todos na Fórmula 1. Não subestimamos a dimensão do desafio de entrar como um novo fabricante de unidades de potência. Esta é a maior mudança que a Fórmula 1 teve, penso eu, provavelmente nos últimos 70 anos, onde chassi e motor mudaram todos ao mesmo tempo.”
Apesar dos desafios assustadores, Horner acredita que a Ford é o parceiro perfeito para a Red Bull Powertrains.
“Juntar o mundo elétrico e o mundo da combustão—que melhor parceiro do que a Ford para nos ajudar nessa jornada? Ver aquele famoso logótipo da Ford a voltar à Fórmula 1, estampado nos nossos carros—será um grande momento de orgulho, penso eu, para todos na organização.”
Revolução da Era Híbrida: Por Que 2026 É Diferente
Os regulamentos de 2026 da Fórmula 1 trarão uma grande mudança no design das unidades de potência, colocando maior ênfase na eletrificação do que nunca.
Jake Powers, Supervisor de Eletrificação de Powertrains, explica o principal desafio técnico:
“Estamos numa corrida para 2026—está muito perto. Para um carro de corrida funcionar na F1, tem de ser leve; tem de ser rápido. Em 2026, a bateria torna-se mais importante—está a gerar e produzir 350 kW, por isso obténs mais potência da bateria, e ainda tens de a manter leve.”
Esta nova revolução híbrida irá colocar à prova a experiência da Ford em tecnologia elétrica e de combustão, enquanto trabalham com a Red Bull para construir uma unidade de potência capaz de destronar a Ferrari e a Mercedes.
A Pressão: Engenharia à Velocidade da Red Bull
Um dos maiores choques para os engenheiros da Ford ao entrar no mundo da Red Bull é o ritmo insano de desenvolvimento.
Christian Hertrich, Gerente de Engenharia de Powertrain, descreveu a natureza implacável do design de uma unidade de potência de F1:
“Tudo está ao nível da aeroespacial; tratamos cada parte como questão de vida ou morte. No desporto motorizado, pensamos em prazos de meses a um ano. No mundo da Red Bull, estamos a falar de horas a dias.”
Ele acrescentou que as técnicas de manufatura aditiva impressas em 3D estão a levar a engenharia a novas fronteiras:
“Muita da nossa responsabilidade passou a ser a fabricação de peças produzidas aditivamente. Elas são muito complicadas— a geometria é muito complicada. Fazemos estimativas sobre quanto tempo vai levar para entregar algo, mas encontramos desafios que não esperamos, e temos que reagir.”
Até os engenheiros de teste como Colton Lorenz estão a sentir a intensidade, especialmente ao testar versões iniciais da unidade de potência de 2026.
“Esta foi a primeira vez que eles correram com o turbo, então quando finalmente o instalámos no nosso banco de testes, houve um pouco de nervosismo. As folgas internas estão bem? O sistema de rolamentos está certo? O sistema de óleo está a funcionar?”
A Lendária História da Ford na F1 – Podem Adicionar Outro Capítulo?
Enquanto a Ford é nova na era híbrida da F1, o fabricante tem uma história gloriosa no desporto.
👉 10 Campeonatos Mundiais de F1 impulsionados pela Ford
👉 176 vitórias em Grandes Prémios (terceiro de todos os tempos, atrás da Ferrari e da Mercedes)
👉 Lendário motor DFV, que dominou nas décadas de 1970 e 80
Agora, com Max Verstappen a liderar a carga, a Ford já está a integrar a sua marca nos esforços de marketing global da Red Bull. O holandês foi recentemente visto a conduzir um Ford Mustang em conteúdos promocionais, e isto é apenas o começo da era Ford-Verstappen.
O Veredicto: Podem a Ford e a Red Bull Cumprir?
A parceria Red Bull-Ford está a moldar-se para ser uma das mais ambiciosas empreitadas de engenharia na F1 moderna.
🔹 Pontos Positivos: O genialidade de engenharia da Red Bull, a expertise híbrida da Ford, a dominância de Verstappen
🔹 Pontos Negativos: Inexperiência com unidades de potência modernas da F1, a vantagem de décadas de desenvolvimento da Mercedes e Ferrari
À medida que 2026 se aproxima, a Red Bull está a arriscar muito que o seu projeto de motor interno, apoiado pela inovação da Ford, os manterá na frente da grelha.
🚀 A parceria Red Bull-Ford reescreverá a história da F1, ou terão eles dificuldades contra os gigantes da Ferrari e Mercedes?