A FIA encontra-se envolvida em nova controvérsia, uma vez que Rui Marques, recentemente nomeado como Diretor de Corrida da Fórmula 1, foi incumbido de dupla função este fim de semana no Grande Prémio do Qatar, supervisionando tanto a F1 como a FIA Fórmula 2. Este desenvolvimento surge após relatos de que a sua substituta na F2, Janette Tam, foi abruptamente removida do seu cargo antes de oficiar uma única corrida.


Marques Assume o Controlo em Meio ao Caos

Marques, um oficial experiente da FIA desde 2012, assumiu o cargo de Diretor de Corrida da Fórmula 1 há apenas algumas semanas, substituindo Niels Wittich, que foi removido do cargo pelo organismo regulador. Marques estreou-se na função no Grande Prémio de Las Vegas, um evento que destacou as suas credenciais após o seu trabalho no prestigiado Grande Prémio de Macau.

Agora, Marques enfrenta uma carga de trabalho ampliada no Qatar, equilibrando responsabilidades tanto para a F1 como para a F2, uma mudança que reflete a crescente instabilidade dentro da estrutura de liderança da FIA.


A Saída de Janette Tam Levanta Questões

Tam, uma sucessora natural de Marques dada a sua função como sua adjunta em F2 e F3, era esperada para assumir o cargo sem dificuldades. A sua súbita demissão, supostamente antes de sequer oficiar a sua primeira corrida, destaca a turbulência contínua dentro da FIA.

Esta decisão inesperada acrescenta-se a uma lista crescente de saídas de alto perfil e mudanças de liderança sob a presidência de Mohammed Ben Sulayem, levantando preocupações sobre a direção e a estabilidade da organização.


Um Ano de Saídas e Controvérsias

A saída de Tam é a mais recente numa série de saídas de alto perfil da FIA, incluindo:

  • Tim Mayer, um oficial de longa data,
  • Luke Skipper, diretor de comunicações,
  • Steve Nielsen, diretor desportivo,
  • Natalie Robyn, a primeira CEO mulher da FIA.

Estas demissões intensificaram o escrutínio sobre a liderança de Ben Sulayem, à medida que a organização enfrenta agitação interna e críticas externas.

Adicionando aos desafios, a FIA tem enfrentado críticas por parte dos pilotos devido às suas recentemente alteradas Regulamentações Desportivas, particularmente as penalizações mais severas por linguagem imprópria. A medida gerou protestos da Associação de Pilotos de Grande Prémio (GPDA) após Max Verstappen ter recebido uma advertência em Singapura por ter usado palavrões durante uma conferência de imprensa.


Ben Sulayem Sob Fogo

À medida que a insatisfação aumenta dentro da FIA e entre os pilotos, a presidência de Ben Sulayem está sob crescente pressão. Os críticos apontam tanto para o êxodo de liderança quanto para as mudanças de regras controversas, que muitos sentem que minam a capacidade da organização de governar eficazmente o desporto.

Com pilotos, equipas e agora funcionários internos a expressarem descontentamento, as questões sobre a viabilidade a longo prazo de Ben Sulayem como Presidente da FIA estão a crescer em volume.


O Que Vem a Seguir para a FIA?

À medida que Marques assume um papel alargado no Qatar, a FIA deve abordar os seus desafios de liderança para restaurar a confiança na sua capacidade de gerir o pináculo do desporto motorizado. A organização enfrenta um momento crucial enquanto procura equilibrar a governança, as relações com os pilotos e a estabilidade operacional.

Por agora, todos os olhares estão voltados para Marques para proporcionar um fim de semana sem sobressaltos em Lusail, apesar do caos que se desenrola nos bastidores. Resta saber se isto marcará um ponto de viragem ou uma descida ainda maior para a turbulência da FIA.