Fabio Jakobsen tem problemas de circulação nas artérias ilíacas e vai ser operado, anunciou esta segunda-feira a Picnic PostNL, com o ciclista a fazer nova pausa numa carreira marcada por uma queda dramática na Volta à Polónia de 2020.

"Fabio Jakobsen coloca em pausa o ciclismo no futuro próximo devido a limitações de circulação nas artérias ilíacas", anunciou em comunicado a equipa holandesa, revelando que o campeão europeu de fundo de 2022 será operado na quarta-feira.

Antes um dos melhores sprinters do pelotão, o holandês de 28 anos tem somado resultados dececionantes nas últimas duas temporadas, as mesmas que leva na equipa do seu país, tendo desistido das últimas três provas em que participou.

"Infelizmente, os exames recentes revelaram que o Fabio tem uma limitação na circulação das artérias ilíacas. Uma vez que o diagnóstico é muito claro e está, neste momento, a limitá-lo na bicicleta, irá ser submetido a uma cirurgia para tentar solucionar o problema", explicou o médico da Picnic PostNL.

Na mesma nota, Camiel Aldershof mostrou-se otimista quanto ao regresso de Jakobsen, uma vez que "o prognóstico é mais favorável devido ao tipo de limitação" de que padece, ressalvando, contudo, que o corredor pode demorar "algum tempo a voltar".

"A operação significa que o Fabio estará fora da bicicleta inicialmente por seis semanas, sem que nenhuma outra atividade física intensa seja permitida. Nesse período, vamos monitorizar a sua reabilitação e, depois, quando estiver preparado, regressará gradualmente aos treinos", concluiu o médico.

Já Jakobsen reconheceu que esta temporada as suas pernas "simplesmente não estavam a trabalhar como deviam".

"Mentalmente, claro que é um revés, mas, agora que descobrimos o problema, estou esperançado em que a cirurgia possa resolvê-lo. Às vezes, é preciso dar um passo atrás para conseguir dar dois à frente, e espero que seja isso que vou fazer", disse, citado no comunicado da equipa.

Vencedor de cinco etapas na Volta a Espanha e uma no Tour, Fabio Jakobsen já foi um dos principais sprinters do pelotão, um estatuto que manteve mesmo após ter sofrido uma queda grave na Volta à Polónia de 2020.

O holandês caiu na primeira etapa, a 5 de agosto, quando o compatriota Dylan Groenewegen o 'atirou' contra as barreiras num sprint a 80 km/hora.

Jakobsen, que perdeu todos os dentes à exceção de um, e teve de levar 130 pontos no rosto, ficou em estado grave e foi mesmo colocado em coma induzido pelos médicos, permanecendo internado durante uma semana na unidade de cuidados intensivo do hospital de Santa Bárbara, em Sosnowiec (Polónia).

Posteriormente, foi operado para reconstrução do rosto, tendo-lhe sido retirado um osso da zona pélvica para ser colocado nos maxilares.

Na sequência do acidente, a União Ciclista Internacional suspendeu Dylan Groenewegen por nove meses, até maio de 2021, a mais longa sanção aplicada a um corredor sem ser por doping.