Quase todo o trabalho que teve durante o jogo foi provocado por perdas de bola dos centrais. Aos 22’, negou o golo a Clayton numa defesa com o pé, mas aos 37’ a traição de Nehuén foi maior, porque além de perder a bola ainda o derrubou e tirou do lance. Na 2.ª parte continuou a correr a tentar corrigir erros dos companheiros num dos jogos mais ingratos que já terá tido na carreira.
Teve uma perda de bola comprometedora aos 22’ que só não resultou em golo porque Diogo Costa salvou. Ainda assim, dos centrais, foi o que pareceu mais confortável com o novo papel que Anselmi quer para os centrais, e que passa por saberem jogar e conduzir com bola. Foi o menos mau do trio.
Uma perda de bola aos 34’, que permitiu ao Rio Ave ameaçar a baliza portista, provocou uma discussão com Eustáquio, que depois meteu também Djaló e Nehuén ao barulho. Aos 70’, fez mais um passe disparatado que Clayton intercetou, errando a baliza por pouco. Mas três minutos depois, Olinho não desperdiçou nova perda de bola que o deixou desesperado. Levantou-se, porém, e teve a coragem de ir perto da área do Rio Ave rematar de longe para fazer o 2-2. Aos 48’ viu um cartão amarelo que o tira do clássico com o Sporting... e não deve haver muitos adeptos portistas tristes por isso.
Viveu um autêntico pesadelo aos 38’. Não só perdeu a bola quando era o jogador mais recuado do FC Porto, como a tentar fechar o caminho a Clayton, a quem entregara a bola, escorregou e derrubou Diogo Costa, tirando-o do lance para o avançado brasileiro abrir o marcador. Redimiu-se aos 51’ e empatou o jogo, aproveitando uma segunda bola após canto.
Deambulou um pouco por todo o lado, pisando muito mais terrenos interiores do que lhe é habitual. E talvez por isso, perdeu-se também um pouco mais. Está bem longe da forma que já apresentou em épocas anteriores.
Sempre bem posicionado em termos defensivos, foi muitas vezes pronto-socorro. Ganhou quase todos os duelos que disputou e teve critério a construir, tentando encontrar os melhores espaços para a equipa sair a jogar.
Inteligência pura na forma como tentou o chapéu a Miszta aos 14’, depois de o guarda-redes ter saído da pequena área para socar uma bola alta. O polaco ainda corrigiu a tempo. Chamou a atenção a Otávio após uma perda de bola, o que provocou uma tensão com vários jogadores portistas. Apesar de ser o jogador designado para falar com o árbitro, levou cartão amarelo por protestos aos 53’ e talvez por isso saiu aos 67’.
6 - Francisco Moura
É, provavelmente, o jogador que se sente mais confortável com o sistema tático trazido por Anselmi. Apareceu aberto e em posições interiores, sempre a dar o que a equipa precisava. Quando Mora procurava os terrenos interiores onde se sente mais confortável, o lateral alargava o jogo. Fez um daqueles cruzamentos que no início da época tantas alegrias deram aos adeptos, mas Samu desperdiçou em boa posição.
Voluntarioso, mas pouco mais do que isso. Esteve muito desligado do jogo da equipa na maior parte do tempo. Arrancou o cartão vermelho a Panzo no último lance do jogo, numa demonstração de força para lá do minuto 90. Já leva cinco jogos sem marcar, curiosamente, ou não, a equipa não venceu qualquer um deles.
Esteve perto do golo aos 23’, mas foi mais um dos que esbarrou em Miszta. Foi perdendo influência no jogo e saiu pouco depois da hora de jogo.
Teve no pé esquerdo as esperanças portistas de resgatar a vitória nos últimos instantes, mas o livre direto não passou a barreira.
Esteve cerca de 30 minutos em campo e não acrescentou muito em termos ofensivos. À semelhança da equipa, procura encontrar a sua melhor versão porque está muito longe dela.
(-) - Namaso
Entrou aos 79’ e teve uma arrancada pela esquerda perto do fim à qual só faltou definir bem no último momento, depois de ter deixado vários adversários para trás.
(-) Deniz Gul
Foi lançado aos 84’, motivou a mudança tática para 4-4-2, mas foi mais em desespero. Quase não se deu por ele.
(Notas dos jogadores do FC Porto: Diogo Costa (6); Tiago Djaló (5), Nehuén Pérez (5) e Otávio (4); João Mário (5), Alan Varela (6), Eustáquio (6) e Francisco Moura (6); Gonçalo Borges (5), Samu (5) e Rodrigo Mora (7); Fábio Vieira (5), Pepê (5), Namaso (-), Deniz Gul (-).