Vangelis Pavlidis é o avançado contratado pelo Benfica na última década que mais minutos necessita para fazer um golo na I Liga, apesar de ser o terceiro com maior média de utilização por partida neste período.

Desde 2014/15, os encarnados contrataram 24 avançados – excluem-se os extremos –, num investimento global que atingiu os 220 milhões de euros, ainda que alguns desses ‘recrutas’ tenham chegado a custo zero à Luz.

Pavlidis, de 26 anos, levou o Benfica a desembolsar €18 milhões no arranque desta temporada, após ter deixado um lastro de golos da Liga neerlandesa, nomeadamente 59 nos últimos três anos pelo AZ Alkmaar, 29 dos quais no derradeiro exercício, que lhe valeram o estatuto de melhor marcador da Eredivisie 2023/24.

Contudo, desde que chegou a Portugal, ainda sob a égide de Roger Schmidt, o helénico tem demonstrado uma má relação com o golo, com sete assinados em 27 partidas oficiais, sendo que no campeonato, a prova que serve de barómetro da regularidade de qualquer jogador, conta apenas quatro golos, apesar de ter sido utilizado nas 17 jornadas realizadas até ao momento, 15 delas como titular.

Num total de 1.226 minutos de utilização na I Liga, o avançado marcou a Casa Pia (segunda jornada, em 17 de agosto), Boavista (sexta, 26 de setembro), Farense (10.ª, 22 de novembro) e Estoril Praia (15.ª, 23 de dezembro), nenhum dos quais de penálti, precisando em média de 307 minutos para marcar um golo, ou seja mais de cinco horas de jogo.

Dos três avançados que compõem o plantel das ‘águias’, é o menos produtivo na relação utilização/golos marcados, uma vez que Amdouni, também contratado esta época, por empréstimo do Burnley, soma cinco golos em 356 minutos de participação na I Liga (um golo a cada 71 minutos) e Arthur Cabral, que cumpre a segunda temporada na Luz, leva oito tentos em 1.550 minutos, que lhe conferem uma média de um golo a cada 194 minutos.

Ainda assim, tanto o suíço como o brasileiro têm uma média de utilização muito menor face a Pavlidis. Enquanto o helénico joga, em média, 72 minutos por encontro, Amdouni leva 27 (num total de 13 jogos) e Cabral regista 38 (em 41 partidas).

Entre as mais de duas dezenas de avançados contratados pelo emblema lisboeta nos últimos 10 anos, o grego é o que necessita de mais tempo para faturar, logo seguido pelo argentino Facundo Ferreyra. O jogador proveniente do Shakhtar Donetsk em 2018 assinou um golo em somente 289 minutos, divididos por seis encontros.

Na terceira posição surge o brasileiro Derley, recrutado em 2014 ao Marítimo, e que marcou um golo em 251 minutos de jogo, ainda que apenas tenha acumulado uma titularidade nos 15 encontros em que participou. Arthur Cabral é o quarto nesta contabilidade.

Jonathan Rodríguez (quatro minutos de utilização), Luka Jovic (15), Gabriel Barbosa (13), Nicolás Castillo (145), Raúl de Tomás (467), Jhonder Cádiz (zero) e Dyego Sousa (201) ficam fora destas contas, face à pouca expressão que tiveram nas equipas do Benfica, tendo todos eles saído da Luz sem qualquer golo marcado.

Em sentido inverso, o brasileiro Marcos Leonardo, que durou pouco mais de seis meses na Luz, antes de rumar aos sauditas do Al Hilal no último verão, era o que precisava de menos tempo em campo para marcar um golo no campeonato (50 minutos), seguindo-se-lhe Amdouni (71), os brasileiros Jonas (90) e Carlos Vinícius (95), e o croata Musa (97).

Por outro lado, não é por falta de aposta que Pavlidis tem marcado poucos golos, tendo em conta que, desde 2014/15, é o terceiro avançado com maior média de minutos por jogo (72), sendo apenas suplantado por Jonas e pelo compatriota Kostas Mitroglou, dupla que pontificou nas conquistas alcançadas em 2015/16 e 2016/17.

Em cinco temporadas nas ‘águias’, Jonas, que marcou 110 golos em 132 partidas na I Liga, teve uma média de 75 minutos por jogo, num total de 9.894 minutos. Já Mitroglou somou 74 minutos de utilização por encontro, marcando por 35 vezes nos 60 em que atuou.

Numa comparação com as referências ofensivas dos principais rivais do Benfica, Pavlidis perde em toda a linha para o sueco Viktor Gyökeres e para o espanhol Samu.

O ponta de lança do Sporting (50 golos em 50 jogos na I Liga) soma 4.429 minutos, ‘faturando’ a cada 89 minutos, enquanto o jovem do FC Porto (13 golos em 14 partidas) consegue ainda melhor do que o nórdico, com um golo a cada 85 minutos face a uma média de participação de 79.