Foi preciso disputar 167 ralis, somar 21 triunfos e 69 pódios, com 408 vitórias em especiais para que o belga Thierry Neuville (Hyundai i20), 36 anos, se sagrasse campeão do Mundo de ralis. Aconteceu hoje, no Japão, quebrando um enguiço que o tinha deixado em segundo lugar por cinco vezes!

A desistência do seu companheiro de equipa, o estónio Ott Tänak, devido a acidente ajudou. «Não sei bem o que dizer... Mas acho que merecemos. A época foi muito complicada, tivemos muita pressão, principalmente este fim de semana», confessou o belga, que liderava o campeonato e tinha recuperado de 15.º para sétimo, depois de uma avaria no turbo do seu Hyundai, na sexta-feira, o ter afastado irremediavelmente da luta pela vitória na prova. «Estamos muito felizes e aliviados, por isso poderemos pressionar totalmente na esperança de conquistar também o título de construtores», disse o piloto.

Neuville foi um dos pilotos mais promissores da sua geração mas viu-se na sombra dos maiores nomes da modalidade (os franceses Sébastien Loeb, com nove títulos entre 2004 e 2012, e Sébastien Ogier, que venceu entre 2013 e 2018 e, novamente, em 2020 e 2021, e o jovem prodígio Kalle Rovanperä, campeão em 2022 e 2023).

Durante esses anos, Neuville viu através dos seus característicos óculos cor de laranja o título fugir-lhe cinco vezes: foi segundo em 2013, 2016, 2017, 2018 e 2019.