O SC Braga está nas meias-finais da Taça de Portugal feminina. A equipa bracarense afastou, este sábado, o Damaiense no desempate por grandes penalidades (2-4), após uma igualdade a dois golos no tempo regulamentar e que nem o prolongamento conseguiu desatar.

As más condições do relvado do Estádio Eng.º Carlos Salema não ajudaram nenhuma das equipas, mas o jogo foi, ainda assim, aberto e com vários pontos de interesse. Foi também muito faltoso, com um total de 12 cartões amarelos exibidos.

A equipa da casa arrancou melhor e incomodou a baliza defendida por Patrícia Morais com uma série de lances de bola parada, mas a primeira grande ocasião de golo pertenceu às bracarenses.

Num lance insólito, Tianna Harris agarrou a bola dentro da área e não deu outra opção a Sílvia Domingos que não apontar para a marca de grande penalidade. Sissi assumiu a conversão do castigo máximo, mas viu Emily Dolan evitar o 0-1 com uma boa defesa.

A grande penalidade foi a melhor ocasião das minhotas em toda a etapa inaugural. O Damaiense apresentou-se com uma estratégia arrojada, ainda para mais tendo em conta as condições do relvado, a sair sempre curto e a atrair a pressão arsenalista para procurar depois saltar linhas e encontrar o espaço nas costas das médias adversárias.

Apesar da contrariedade madrugadora com a lesão de Morgan Stone, que deu lugar a Ana Maria Markovic, as anfitriãs estiveram sempre mais próximas de abrir o ativo. A internacional croata entrou bem na partida e só não abriu o marcador porque Patrícia Morais fez uma defesa de grande nível. A guardiã portuguesa, no entanto, nada pôde fazer para impedir Tânia Mateus de fazer o 1-0, aos 37 minutos, na recarga a um primeiro remate de Daniela Santos.

O SC Braga procurou reagir de imediato e deu sinais de vida nos últimos minutos da etapa inaugural, inclusive os suficientes para chegar ao empate. Zoï van de Ven descobriu Malu Schmidt e a brasileira fez o resto.

Segunda parte com mais SC Braga

A etapa complementar arrancou com o Damaiense novamente mais forte. Anna Tørsløv atirou para uma grande defesa de Patrícia Morais e Carolina Beckert, na sequência de um pontapé de canto, fez o 2-1 (52'). Uma vez mais, a bola parada a ser uma das armas mais letais da equipa da casa.

Depois do golo, porém, a segunda metade foi praticamente toda controlada pelo SC Braga. As oportunidades de golo foram bem menos em relação aos primeiros 45 minutos, mas as bracarenses conseguiram ter maior controlo do jogo. O empate também não demorou a surgir novamente: aos 59 minutos, Malu Schmidt aproveitou para bisar a partir da marca de grande penalidade, a castigar uma falta de Inês Matos sobre Melany Fortes.

O prolongamento tornou-se cada vez mais provável, não só pelo evidente aproximar do final do tempo regulamentar, mas pela presença cada vez menos frequente das duas equipas em zonas de finalização. Territorialmente, ainda assim, foi sempre o SC Braga a estar mais tempo no meio-campo ofensivo.

A mesma toada transferiu-se para o tempo extra, marcado também pelas cada vez maiores dificuldades físicas, sobretudo nas jogadoras da casa. Apesar de mais frescas, as visitantes não conseguiram tirar partido para chegar ao golo do triunfo e a eliminatória seguiu para o desempate por grandes penalidades, com uma novidade na baliza bracarense: Aline Lima rendeu Patrícia Morais no último minuto do prolongamento.

A aposta de Miguel Santos revelou-se certeira, já que a guarda-redes brasileira travou de imediato o penálti cobrado por Inês Matos. Inês Moreira também não conseguiu converter, já que atirou por cima, e a eficácia máxima das arsenalistas valeu o apuramento para a fase seguinte.

O SC Braga é a primeira equipa apurada para as meias-finais da Taça de Portugal. A formação minhota vingou a eliminação da Taça da Liga às mãos do Damaiense e aguarda por Torreense ou Vitória SC.