
Com a manutenção já assegurada, 37 pontos que valem o 11.º lugar à entrada para a derradeira jornada, o Moreirense vai à Vila das Aves defrontar um aflito Aves SAD – dos mais em risco é o que está melhor, entra em campo no 16.º posto, o que significa um play-off com o terceiro da Liga 2 para tentar permanecer. O treinador Cristiano Bacci afirmou esta sexta-feira que o Moreirense quer «honrar o futebol».
«Apesar do que significa o encontro, o nosso objetivo sempre foi ganhar jogos. Depois de ter alcançado cedo o nosso objetivo, [manutenção] foi sempre, em todos os jogos, essa a mentalidade. E assim vai ser sábado também. Temos que honrar o futebol e o nosso clube, por isso, vamos dar tudo para ganhar o próximo jogo», disse.
O treinador, que esta época passou por Boavista e Moreirense - «duas realidades diferentes» - elogiou a Liga portuguesa e voltou ao tema polémico da arbitragem: na conferência de antevisão da semana passada, disse que o árbitro do FC Porto-Moreirense «tinha vestida a camisola do FC Porto», declarações que agora suavizou.
«É um campeonato muito competitivo, com clubes organizados, jogadores fortes, que, sem dúvida, vai evoluir. Sobre a situação dos árbitros: posso dizer que o nível dos árbitros é alto. Mas não digo isso porque sou um puxa-saco. É mesmo porque acredito. Os árbitros portugueses têm uma coisa que é muito difícil - eu já andei pelo Mundo - têm uma forma de explicar as decisões, também quando acaba o jogo. Eu fui falando muitas vezes com os árbitros de uma maneira mais conforme e com respeito possível. Também acontece quando depois de um lance dividido, quando vão ao VAR, explicam sempre a situação. Não é em todos os países que fazem isto. Para mim foi uma surpresa importante. Agora, como todos os profissionais, as pessoas podem falhar. Faz parte dos árbitros, faz parte dos jogadores, faz parte dos treinadores», começou por referir.
Depois admitiu erro por falar «com o coração: «O que aconteceu na última conferência da imprensa, foi, entre aspas, um erro, mas foi um erro dito com o coração. Porque é assim: eu não gosto de perder, não gosto de situações que podem implicar no meu trabalho. E foi só uma forma, sem faltar ao respeito, para mostrar o meu sentimento naquele momento. Mas não tem nada a ver com o árbitro que foi apitar naquele jogo, e nada de pessoal com os outros. Como eu disse, podem falhar os árbitros, podem falhar os treinadores, que podem falhar durante os jogos e também durante as conferências da imprensa.»
Futuro adiado mais uns dias
Quando foi anunciado no final de fevereiro como sucessor de César Peixoto, Cristiano Bacci assinou contrato até final da temporada e é pouco provável que o italiano fique, mas não quis, ainda, despedir-se.
«Como já disse, não vou falar sobre o meu futuro antes de acabar. Por respeito pelo clube, também pelos jogadores, pelo contexto que vamos enfrentar, que é um jogo importante, por isso não vou falar disso», explicou.
Questionado sobre como motivar a equipa para defrontar o adversário que precisa mesmo de ganhar e se vai colocar em campo o melhor onze, o italiano foi claro:
«Eu vou entrar nesse último desafio com a mesma crença de ganhar o jogo, temos que ter a melhor postura possível, para deixar uma boa imagem no último jogo. Pressão também é sinónimo de, se calhar, mais crença, não é? Mas nós, como já expliquei, não temos que olhar para os outros, temos que olhar para nós, e temos que ganhar um jogo, o próximo jogo.»