
Vai ser mesmo até ao fim. Com um golo já na ponta final, o AFS - na estreia de José Mota no comando da equipa - venceu na Amadora, o Estrela, por 0-1 - Zé Luís foi herói - e baralhou as contas da manutenção para a ponta final e última jornada do campeonato. Os avenses vão lutar precisamente com o Estrela, na última jornada, pela manutenção. Contas? Só no final.
A luta pela manutenção passava pela Amadora, entre Estrela e AFS. Do lado tricolor, o técnico José Faria voltava a olhar para a frente com um 4x3x3, mas fazia duas mexidas no onze inicial, dando a titularidade a Nilton Varela e Chico Banza. Do lado forasteiro, o estreante José Mota também mexia em dois elementos, retirando do onze inicial Eric Vega e Nenê e dando as suas vagas a Zé Luís e Kiki Afonso, mas a principal novidade era o desenho também em 4x3x3.
Muita vontade, mas...
Claramente mais desesperado por pontos neste jogo, o AFS entrou com uma atitude rejuvenescida, perante a chegada do técnico José Mota. Os forasteiros entraram assertivos com bola e a tentar impor velocidade e verticalidade nas alas, onde os seus extremos estavam bastante ativos no último terço.
Perante esta atitude do AFS, o jogo ficava partido com relativa facilidade e os médios mais ofensivos de parte a parte - Bucca e Piazón - iam conseguindo receber com facilidade entre linhas, enquanto os extremos tinham espaço nas costas dos laterais. O jogo estava, por isso, atrativo, mas eram os forasteiros quem maior perigo criava, tanto de longa distância - João Costa chegou a ter que se aplicar -, como em cruzamentos em busca de Zé Luís - faltou pontaria.

Do outro lado, Bucca era o motor da equipa, enquanto Jovane Cabral e Chico Banza iam sendo interventivos nas alas e até conseguindo chegar à área adversária, mas faltou outra assertividade com bola para a criação de melhores chances. Até porque o AFS, perante a atitude mais ofensiva, desprotegia-se bastante. Faltava gente ao Estrela no apoio no último terço e isso notava-se quando Amine Oudrhiri e Paulo Moreira se conseguiam adicionar nessas dinâmicas, fazendo a diferença.
Um golpe para a felicidade
Estava tudo em aberto para a 2ª parte. A intensidade vista na 1ª parte baixou ligeiramente nos primeiros minutos após regresso dos balneários. Apesar disso, a toada continuou semelhante, com o AFS claramente a querer mais do jogo e com uma estratégia definida, ao potenciar as suas alas e tentar servir Zé Luís na área.
Contudo, o passar dos minutos aumentava a ansiedade e intranquilidade dos comandados de José Mota, o que se fazia sentir na assertividade e velocidade dos seus processos com bola. Do outro lado, por sua vez, o Estrela tinha essa tranquilidade, mas ia pecando pela escassez de intensidade no último terço. As oportunidades escasseavam e o final aproximava-se. A ansiedade e incerteza aumentavam.

Na ponta final, com tudo a ganhar e «nada» a perder - visto que estavam dependentes de terceiros -, José Mota colocou a «carne toda no assador», fez entrar Vasco Lopes e Rodrigo Ribeiro e assumiu que era altura de ir com tudo em busca do golo. O jogo até parecia algo morno, sem capacidade para desfazer o nulo, mas, aos 85', Zé Luís respondeu ao cruzamento na direita e surgiu ao segundo poste a cabecear para o 0-1, que gelou a Reboleira e levou à euforia os cerca de 100 adeptos visitantes presentes.
O Estrela ainda aumentou a intensidade nos minutos finais - depois de ter deixado a desejar ao longo de todo o jogo -, mas o AFS jogou com o relógio e acabou mesmo a conseguir uma importantíssima vitória por 0-1. As contas da manutenção/playoff de manutenção ficam em aberto para a última jornada e podem mesmo ser feitas entre estas duas equipas.