Sem traumas. Instantes após a derrota de Portugal frente à super-favorita Dinamarca, Paulo Jorge Pereira já pensava na luta pela medalha de bronze, que vai colocar a Seleção lusa diante de uma França que há um ano se sagrou campeã europeia, mas contra quem Portugal tem um registo recente positivo.
«A França também é uma das equipas mais tituladas do planeta. É claro que vai ser difícil. É um facto que nos últimos seis jogos que fizemos com eles, ganhámos três e perdemos três, mas temos de estar no máximo das nossas capacidades para lhes ganhar. A França não vai deitar uma medalha fora. Vão lutar e quem tiver mais unhas e conseguir recuperar melhor até lá, vai conseguir vencer. Vamos lutar por isso. O 4.º lugar é uma excelente classificação, mas aquilo que nós queremos é a medalha», declarou.
Depois da derrota por 13 golos diante da tricampeã mundial, o técnico assumiu que na parte final do jogo preferiu dar algum descanso às principais figuras, já a pensar no jogo de domingo.
« Se precisássemos de encurtar este resultado, provavelmente teríamos gerido o jogo de outra forma e poderíamos lutar até ao fim. Mas a dada altura, percebemos que 10 golos de diferença, a 15 minutos do fim, com o ritmo a que se estava a jogar. E preferi começar a pensar no jogo seguinte», revelou.
Isto porque a Dinamarca já tinha disparado para uma diferença de dois dígitos e conseguir dar a volta ao resultado seria praticamente impossível. Paulo Jorge Pereira referiu que um dos pontos principais da estratégia lusa passava por baixar o ritmo do jogo, tendo em conta as qualidades do adversário.
«Sabíamos que podíamos ter uma ínfima hipótese de lutar até ao final do jogo, se conseguíssemos seguir alguns pontos. Um deles era baixar o ritmo de jogo e reduzir o número de posses de bola. A dada altura, não conseguimos manter esse ritmo mais baixo e foi quando eles dispararam para três ou quatro golos de diferença. Não podíamos querer correr com eles, porque fisicamente são imensamente melhores do que nós. Eles aproveitam para fazer a diferença em transições, porque são fantásticos. Sobretudo o Gidsel que é brutal. Enquanto no jogo posicional conseguimos fazer coisas bem feitas, estando fisicamente bem. Não conseguindo ser tão bons na transição defensiva, ficamos logo à mercê da Dinamarca, como qualquer seleção do Mundo», resumiu sobre a partida.
Ainda assim, o selecionador garante que nada abala a honra que é trabalhar com os jogadores que tem com ele na Noruega.
«Continuo um orgulho enorme por estes jogadores. Disse na conferência ao Rui Silva que tenho um apreço enorme por ele, porque marcou aquele golo quase no fim do jogo e ainda estava a lutar. É o capitão e estava a dar o exemplo. Por isso é um orgulho trabalhar com jogadores assim», concluiu.