A 21.ª jornada da Liga portuguesa pôs à prova o atual líder, Sporting, frente ao terceiro classificado, FC Porto, numa partida que terminou empatada (1-1). Num clássico repleto de importância, e sendo a estreia de Martin Anselmi nestes palcos, havia a curiosidade para perceber como as equipas iriam entrar em campo, principalmente os dragões.

Rui Borges foi ao Dragão com o seu onze habitual nos últimos jogos, nos quais não teve Gyokeres disponível face aos problemas físicos que tem enfrentado, mas o sueco esteve no banco como arma secreta.

Já o FC Porto, entrou com o sistema 3-4-3 utilizado na última jornada em Vila do Conde, desta vez sem Otávio no eixo defensivo, jogador que esteve em destaque, pela negativa, no empate contra o Rio Ave. E claro, Nico González também não esteve presente, devido à transferência para o Manchester City de Pep Guardiola.

Estádio do Dragão cheio e entusiasmado assistiu a uma primeira parte sem rasgos. As equipas até chegaram ao último terço, à cabeça o remate à trave de Eustáquio, mas sem impacto e muito erráticos, tanto do lado leonino como portista. O Sporting esteve mais seguro e com maior controlo do jogo, porém sem impacto para a baliza de Diogo Costa.

No entanto, tendo Quenda em campo, tudo pode acontecer. Numa jogada individual, onde ultrapassou três oponentes, acaba por assistir Fresneda que marca pelo segundo jogo consecutivo. Fica na retina a capacidade do extremo leonino levar a equipa para a frente em momentos de dificuldade criativa. De facto, o Sporting tem aqui uma estrela em ascensão.

A precisar de vencer para se aproximar dos lugares cimeiros, o FC Porto entrou melhor na segunda parte. Instalados no meio-campo defensivo do Sporting, em ataque posicional, os dragões conseguiram criar oportunidades com Rui Silva a ter que sujar o equipamento.

Pela primeira vez, desde a chegada de Anselmi, viu-se a forma como o treinador argentino quer ver a equipa a jogar. Os centrais a ter preponderância na criação desde traz e os extremos entre linhas, dando a largura aos alas para tirarem cruzamentos.

E o Sporting, no sentido inverso, quis tirar partido dos seus velocistas para chegar às zonas de perigo, mas além de um lance em que Quenda podia ter finalizado melhor, não houve oportunidades claras.

Depois de uns segundos 45 minutos onde o FC Porto esteve por cima da partida, conseguiu chegar ao empate no clássico já nos 90 minutos, após Fábio Vieira – melhor momento da atual temporada – fazer um magnífico cruzamento para Samu assistir Namaso.

E infelizmente, não podia ser um clássico se não houvesse expulsões. Posteriormente a uma jogada que podia ter dado o segundo golo para o Sporting, dois jogadores dos leões “decidiram” ser expulsos, demonstrando que não sabem lidar com estes momentos. Conhecendo o árbitro da partida, João Pinheiro, Diomande e Mateus Reis não podem ter reações daquele género.

Um resultado no clássico que não muda, em nada, as pontuações de ambos. Em suma, apenas para o Benfica há motivos para festejar, isto se vencer o jogo de hoje perante o Moreirense, pois aproxima-se e fica a quatro pontos do primeiro lugar. Por outro lado, o Sporting passa um dos testes mais difíceis da época, joga no Dragão e sai sem uma derrota.