O Gil Vicente defronta esta sexta-feira o Moreirense, pelas 20h15, no encontro de abertura da 11.ª jornada da Liga Betclic. O treinador dos gilistas, Bruno Pinheiro, sente a sua equipa "com vontade de reagir" às duas derrotas consecutivas no campeonato, um registo que entende ser "impossível de camuflar."

"Concedemos dois golos em cada um dos últimos jogos e, quando assim é, torna-se difícil de vencer. Nessas duas derrotas ofensivamente conseguimos produzir oportunidades de golo, faturamos sempre. Temos falhado no capítulo da defesa, o que dificulta imenso", apontou o técnico dos galos, de 48 anos, apesar de continuar a acreditar que é preciso centrar-se nas qualidades ofensivas: "No futebol nada está resolvido, temos que equilibrar a balança. Não sofrer vai ter de ser a prioridade da equipa, porque conceder dois golos torna tudo muito complicado. Agora, não podemos deixar de trabalhar o aspeto ofensivo porque os golos depois deixam de aparecer, ou então as oportunidades mais evidentes desaparecem."

Quebra de rendimento deveu-se a quê?  Tem falado com a estrutura para contratar jogadores, com as lesões que tem?
"Nesta altura tenho que trabalhar com o que tenho, não dá para trazer ninguém. O nosso foco está em trabalhar, já fizemos bons jogos e essa capacidade existe. Com estes jogadores, porque as lesões ocorreram numa fase muito inicial. O Yaya [Sithole] foi na seleção, por exemplo. São estes jogadores que vão dar a volta à situação."

Como analisa o Moreirense, que também vem de duas derrotas?
"São derrotas em jogos de dificuldade elevada. Sinceramente, vejo uma equipa com muita qualidade individual, não creio que seja o melhor adversário para dar a volta aos maus momentos, estão bem trabalhados e juntaram qualidade coletiva. Têm feito jogos muito interessante e são um oponente muito competente."

O mau momento é só dentro de campo, ou também se sente animicamente?
"Nestes dois jogos, os resultados não corresponderam às exibições. Isso é normal, a equipa é jovem e tem pouca experiência competitiva. A maioria delas são situações normais. Saber interpretar o futebol também tem de ser fora de campo. No Santa Clara, entrámos em falso mas depois controlámos, porém, falhando algumas oportunidades. No Boavista, de repente, há um golo e as coisas mudam com os jogadores a serem mais precipitados. Eu interpreto isso como um sinal coletivo de querer mudar a situação, mas, agora, em dois jogos a perder o mau momento é subjetivo, com os resultados, que retiram confiança aos jogadores. Mas é como digo, temos que nos agarrar aos pontos positivos, fomos, de um modo geral, superiores ao Boavista mas não conseguimos marcar mais e eles sim. Temos que saber dizer também que não fomos competentes, há falhas a ser suprimidas para poder ganhar os jogos. Há jogos, como na Liga dos Campeões, em que as equipas estavam a sofrer e acabam por golear o adversário. No nosso caso, discutimos os jogos, todos eles, mesmo os que perdemos. Acabámos por ser infelizes e essa infelicidade pode ser vista como mero azar, com alguns erros cometidos, mas temos de eliminar esses erros. A equipa tem sido superior aos adversários mas não tem traduzido em resultados. Sabemos que a derrota vai tirar algum discernimento. Falhámos em detalhes, e isso tem de ser trabalhado. O treinador é que é responsável pelo resultado mas aqui os jogadores sabem que não é bem assim. Estamos a repartir as responsabilidades entre nós e corrigindo os aspetos, para chegar ao resultado."