Boris Becker, de 57 anos e seis vezes vencedor de torneios Grand Slam, lembrou o período passado na prisão em 2022, após ser condenado por ocultação de bens, não divulgação de património e dissimulação de dívidas.

O ex-tenista alemão contraiu um empréstimo de 3 milhões de libras junto do banco privado Arbuthnot Latham e não devolveu o dinheiro, declarando falência pessoal.

Após ter sido descoberto que Becker escondeu mais de 2,5 milhões de libras (quase três milhões de euros) para evitar o pagamento de dívidas, foi condenado a dois anos e meio de prisão efetiva, dos quais cumpriu oito meses.

«Tornou-me uma pessoa muito melhor do que era»

Três anos depois de ter sido preso, o alemão falou, numa entrevista ao El Mundo, sobre o período que passou na prisão em 2022.

«É um período sobre o qual preferia não falar em detalhe. Senti medo por vezes e paguei pelos meus erros, mas sempre aprendi muito mais com as derrotas do que com as vitórias. Aconteceu-me no ténis e aconteceu-me na vida. Até na prisão. Quando se tem tanto sucesso como tive, damos como garantido que vamos ter sempre sucesso, que somos invulneráveis», reconheceu.

O antigo tenista continuou a sua viagem no tempo... «Tive de aprender que a maioria das pessoas não vence, que a vida é dura. Uma derrota tão dura como a prisão foi o alerta de que precisava para mudar. Tornou-me uma pessoa muito melhor do que era», declarou Becker, citado pelo news.ro.

«Vivi um pesadelo, mas hoje estou em paz [...] Não vivo no passado. Não acho que as minhas vitórias e derrotas tenham alguma importância hoje. Vivemos em 2025 e não perco tempo a ver um jogo de ténis antigo. Além disso, os fãs e os jornalistas perguntam-me, por vezes, sobre finais de que nem me lembro. Foi difícil encontrar o meu lugar na vida depois do ténis, cometi erros, passei por momentos difíceis e agora estou feliz. Só quero pensar e falar sobre o presente e o futuro», acrescentou o campeão olímpico de pares de 1992, em Barcelona.

Boris Becker conquistou 49 títulos individuais, incluindo seis Majors: Wimbledon por três, o Australian Open por duas e uma vez o US Open.