O ex-guarda-redes do FC Porto Beto Pimparel disse à Lusa que Pinto da Costa, que este sábado morreu aos 87 anos, "é uma figura que será eterna" no FC Porto, que presidiu durante 42 anos, mas também no futebol internacional.

"É uma figura que será eterna no universo do FC Porto, mas também do futebol português, a nível internacional. Liga dos Campeões, Liga Europa, campeão do mundo de clubes... quando o presidente pegou num clube de bairro e o transformou num clube mundial. Há pouco mais a dizer", declarou, à Lusa, o antigo guarda-redes.

Beto jogou no clube entre 2009 e 2011, com 25 jogos cumpridos, conquistando uma Liga Europa, em 2011, bem como campeonato, duas Taças de Portugal e três Supertaças.

"Mais do que isso, o maior legado que deixa são as lembranças a todos os que trabalharam com ele. (...) Posso quase garantidamente falar por quase todos [os jogadores que passaram pelo clube], é difícil encontrar algum que não tenha gostado de trabalhar com Pinto da Costa. Ele protegia os seus jogadores", lembra.

O antigo guardião internacional português, que jogou também no Sporting, no Leixões e no Sporting de Braga, entre outros emblemas, recorda um dirigente que olhava para os futebolistas como mais do que "ativos do clube".

"Olhava muito para a parte pessoal dos jogadores, da família, a preocupação diária com o atleta, a família. Quer queiramos quer não, tudo isso conduz a que o jogador tenha respeito e carinho muito grande não só pelo presidente, como pela pessoa em si", acrescenta.

Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, clube no qual se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu hoje aos 87 anos, vítima de cancro.

Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube frente a André Villas-Boas.

Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito sem oposição como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades - 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.