Antes da leitura de Roberto Martínez na antecâmara do decisivo duelo dos quartos de final do Euro 2024 frente à França, Bernardo Silva lançou também ele a partida frente à seleção gaulesa.

Melhor nível ainda não chegou: «Sinto que estou a dar o meu melhor. Posso garantir-vos que vou continuar a fazê-lo. Posso melhorar bastante. Não estamos numa má posição. Não sei se de fora parece mais fácil do que parece lá dentro jogar uma competição como uma fase final de um Europeu. Temos equipas muito organizadas e que defendem baixo e fazem linhas de cinco e seis. Ainda para mais no último jogo, e sem querer arranjar desculpas, a relva estava um bocado seca e a bola passa o tempo todo aos saltos. Às vezes não é fácil criarmos a quantidade de ocasiões que queremos. Sabemos que temos muitas áreas para melhorar.

A seleção não está num mau lugar. Não me queixo porque é a razão pela qual recebemos tanto dinheiro e podemos proporcionar às nossas famílias e aos nossos amigos uma grande vida. Para o bem ou para o mal, a nossa profissão tem grande consumo das pessoas e é isso que faz o futebol bonito. Portugal está num ótimo lugar para lutar por este Europeu. Pessoalmente, garanto que vou dar o meu melhor por Portugal dentro de campo. No dia em que o treinador achar que isso já não é suficiente para não ser escolha, lá estarei fora a dar o meu melhor para jogar 10, 5 ou zero minutos.»

Triunfo ante a Eslovénia: «Um grande alívio e felicidade. Não é fácil ir aos penáltis e jogar nas condições em que jogámos. O campo não estava nada bom. Já vi pessoas criticarem o que o nosso treinador disse, mas a verdade é que um relvado mau dificulta muito uma equipa que quer atacar com bola. Dificultou as nossas ações. Sentimos que merecíamos a qualificação para os quartos. Ficámos felizes. Tivemos um grande herói, que foi o Diogo, que nos ajudou. Trabalhámos de uma maneira muito forte para estarmos preparados para este jogo com a França.»

França, um adversário à medida de Portugal?: «Talvez, não sei o que responder. Não sei como a França vai jogar, se vai jogar com um bloco mais baixo ou não. Olhando para as caraterísticas deles, não é uma equipa montada para defender com 11 jogadores atrás da bola durante 90 minutos. Pode haver mais espaço para as duas equipas.»

Motivação para o desafio: «Sem dúvida, muito motivado. Não pelo que aconteceu há 8 anos, que foi o maior título da história do nosso futebol, mas porque temos uma grande oportunidade para estarmos mais perto do nosso grande objetivo que é voltar a trazer um título para Portugal. Vou dar o meu melhor.»

Potencial batedor de penáltis?: «A verdade é que nunca fui o primeiro batedor de penáltis nos 90 minutos. Tanto no clube como na seleção, sempre quis bater. Sempre quis dar a cara e assumir essa responsabilidade. É um momento difícil para todos. Não é fácil jogar uma competição emocionalmente tão importante para todos nós e assumir a responsabilidade de poder falhar. Fico muito feliz de ajudar a seleção.»

Química com Bruno Fernandes: «A nível posicional estamos a ocupar as mesmas posições que ocupávamos na qualificação. O Bruno jogou como 8 ou 10 e eu mais à direita e em alguns momentos a vir para posições inferiores. São dois momentos diferentes. Na qualificação jogámos contra seleções inferiores e que não jogaram da mesma forma como as seleções estão a jogar no Europeu.

São duas realidades diferentes. Podemos fazer melhor, claro que sim, mas é completamente diferente jogar uma qualificação e um Europeu. São 90 minutos em que o jogo pode cair para qualquer lado e a pressão existe. Estamos numa boa posição para garantir o acesso às meias-finais e ficarmos perto de chegar à final.»

Necessárias melhorias para bater a França?: «É preciso Portugal a um nível altíssimo para ganhar. Não estou de acordo quando dizem que não temos estado a um bom nível. Estamos nas oito melhores seleções da Europa. Amanhã podemos ir para casa ou ficar entre as 4 melhores da Europa. Para se estar aqui é porque o trabalho foi muito bem feito. Às vezes pode não ser tão bonito para as pessoas em casa, mas temos feito um trabalho espetacular.»