O Benfica jogava na Luz, frente ao FC Porto, uma cartada importante para se manter vivo na discussão da luta pelo título de campeão nacional que o Sporting agarra com unhas e dentes, mas não conseguiu e só pode queixar-se de si e da forma como entregou a vitória ao FC Porto que, nos momentos determinantes, se mostrou à altura da tarefa.

Com pouca gente nas bancadas, os portistas comandados por Rui Silva e com o sueco Sebastian Abrahamsson seguro na baliza cedo começaram a ditar o ritmo, baixo, do jogo. Paulatinamente, Gunnarsson assumiu-se como o marcador escolhidos pelos dragões e, aos 17 minutos, os visitantes venciam por 7-10, obrigando o técnico encarnado, Jota González, a pedir time-out.

Em boa hora o fez, porque o Benfica acertou agulhas e Cavalcanti descobriu a forma de juntar-se a Izquierdo e bater o guardião sueco. Com a defesa mais assertiva também, mesmo em inferioridade, o Benfica passou a discutir o jogo e Capdeville defendeu um livre de sete metros a Diogo Oliveira.

A três minutos do intervalo, Taleski levou a equipa encarnada ao empate (14-14), pouco antes de Gabriel Cavalanti colocar as águias na frente (15-14) e do macedónio ir para bancada depois de ver cartão vermelho, sentando-se ao lado do lesionado Bélone Moreira, uma baixa de peso no Benfica e que tanta falta fez aos anfitriões nos momentos decisivos do encontro.

Um choque aparatoso de cabeças entre Gunnarsson e Alexis Borges obrigou à interrupção de jogo para assistência e levou mesmo o gigante portista a ir mais cedo para o balneário.

Ao intervalo, o Benfica vencia por 16-15.

O segundo tempo começou com Martinez a empatar para o FC Porto (16-16) e Rahmel a falhar um livre de sete metros.

Passados os primeiros 5 minutos (17-17), Pedro Valdés, que entrou para o lugar de Gunnarsson, fez falta sobre Gabriel Cavalcanti e o FC Porto ficou dois minutos em inferioridade. O Benfica passou para a frente (18-17) e chegou mesmo aos 20-18, apesar de Antonio Martinez assumir cada vez mais o protagonismo na equipa portista.

Muito mais animada a segunda parte, com oportunidades e falhanços dos dois lados, manteve a incerteza no marcador, apesar do ascendente encarnado que não impediu Jota González de pedir time out (21-20) passados os primeiros 12 minutos do segundo tempo.

O Benfica regressou a defender melhor, de forma mais agressiva, e o jogo mais pausado do FC Porto começou a sentir dificuldades em vingar. Exceto por Antonio Martinez, que faz o quinto golo e o empate (21-21) aos 15 minutos.

Pouco depois, com as despidas bancadas a acordarem, Diogo Rêma entrou para defender um livre de sete metros de Rahmel, e a recarga, mas não o remate de Egon Hanusz que colocou os encarnados a vencer 23-22.

Com 12 minutos para jogar, Magnus Andersson percebeu o ascendente dos rivais e pediu time out, passando a jogar sem guarda-redes, com sucesso logo no primeiro ataque, e mantendo Rêma no lugar de Abrahamsson.

Nesta altura, porém, era mais ou menos evidente a incerteza quanto ao resultado final e, a 10 minutos do final, Antonio Martinez aproveita a baliza encarnada vazia para colocar o FC Porto na frente novamente (24-25).

Com cinco minutos para jogar, Fábio Magalhães é excluído, sob muitos protestos azuis e brancos. Apesar de jogar sem guarda-redes e, portanto, com dupla superioridade o Benfica falha o ataque deixando à beira de um ataque de nervos os benfiquistas nas bancadas. O cenário torna-se ainda mais negro para os portistas com nova exclusão, agora de Salina, a perder por 27-26.

Mesmo assim, os dragões resistem e com três minutos para jogar, Jota González é mesmo obrigado a pedir novo time out (28-28). De pouco valeu, já que o capitão dos azuis e brancos, Rui Silva, mostrou porque é um mestre a pensar o jogo e assumiu o risco do remate colocando a sua equipa em vantagem (28-29). Do lado encarnado, Cavalcanti deu o exemplo e arrancou um livre de sete metros que Migallon converteu à entrada do último minuto (29-29).

Com tudo em aberto e o marcador empatado, uma falta atacante do FC Porto parecia entregar a vitória ao Benfica. Contudo, uma precipitação inacreditável dos encarnados desperdiça o ataque e oferece de bandeja a vitória na Luz, e provavelmente a luta pelo título, ao rival que regressa a casa com os três pontos após o triunfo por 29-30.

 Sporting e FC Porto, que se defrontam na próxima jornada, seguem empatados com 38 pontos, seguidos de Benfica (32) e Marítimo (28) no Grupo A que decide o campeão nacional.