
Bruno Henrique, avançado do Flamengo, está indiciado pela Polícia Federal do Ministério Público do Rio de Janeiro. Segundo os jornais Metrópolis Globoesporte, o atacante, que estava a ser investigado desde novembro, é acusado ter visto um cartão amarelo de forma propositada no jogo com o Santos, a 1 de novembro de 2023, no Brasileirão, para beneficiar apostadores.
A Polícia indiciou também o irmão (Wander Nunes Pinto Júnior), a cunhada (Ludymilla Araujo Lima) e uma prima (Poliana Ester Nunes Cardoso).
Há um segundo núcleo de apostadores formado por Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos – são amigos de Wander, segundo as investigações, e estão acusados de burla.
O relatório da Polícia Federal deverá ser analisado agora pelo Ministério Público Federal, que se decidirá por denúncia ou não. Bruno Henrique está indiciado por crime contra o artigo 200 da Lei Geral do Desporto – defraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se defraude, de qualquer forma, o resultado de competição desportiva ou evento a ela associado –, com pena de dois a seis anos de reclusão, e estelionato (ou burla), que prevê pena de um a cinco anos de prisão.
Conversas no telemóvel apreendido
Em novembro, a polícia esteve em casa de Bruno Henrique e no centro de treinos do Flamengo, tendo apreendido o telemóvel do jogador. Foram encontradas mensagens de Bruno Henrique com outros investigados. Numa, de 29 de agosto de 2023, o irmão do jogador, Wander, pergunta quando tomaria o terceiro cartão amarelo, e o atacante responde: «Contra o Santos».
Nessa partida, Bruno Henrique levou amarelo aos 90+5 por falta sobre Soteldo, numa altura em que o Flamengo perdia, e reclamou com o árbitro, tendo acabado por ver o segundo amarelo e consequente vermelho.
As investigações tiveram início em agosto do ano passado depois de operadores de apostas no Brasil relatarem movimentações suspeitas relacionadas com o cartão amarelo de Bruno Henrique contra o Santos - uma delas notou que 98% de todas as apostas de cartões no jogo escolheram Bruno Henrique; noutra foi de 95%.
Em novembro, Bruno Henrique, que não afastado da equipa, reagiu assim à investigação: «A minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar futebol, nunca foram fáceis. Estou tranquilo em relação a isso, tenho advogados, empresários e pessoas que estão nessa batalha comigo. Peço que a justiça seja feita.»
(atualizado às 8h37)