Com o projeto Arbitragem na Escola prestes a conhecer a luz do dia, Luciano Gonçalves considera que este surgiu «no tempo certo», sem pecar por tardio apesar da importância que poderia ter tido caso já tivesse sido implementada em anos anteriores. «Estamos sempre no tempo certo, não vale a pena dizermos que já o poderíamos ter feito há dez anos ou que se calhar não deveríamos fazê-lo agora ou mais à frente… as coisas devem surgir quando surgem e o que podemos é aproveitá-las quando surgem as oportunidades para as fazer. Acredito que este é, agora, o momento certo porque agora é que surgiu a ideia e agora é que se conseguiu pô-la em prática», determinou o responsável máximo pela associação dos árbitros de futebol em Portugal.

Esta iniciativa, assente numa carrinha interativa com a capacidade de cativar os mais jovens, pretenderá capitalizar o sucesso de ideias bem-sucedidas, executadas num passado recente e José Fontelas Gomes recordou que a arbitragem atravessa um momento particularmente feliz no que respeita à procura de aspirantes a árbitro que, mais tarde, se especializam e permanecem em funções graças também a esse tipo de campanha.

Esta época temos o maior número de árbitros que alguma vez Portugal teve. Fizemos uma grande campanha no ano passado, com o Vem Arbitrar, que fez crescer esta base e foi um projeto europeu e depois mundial, com muito apoio por parte da UEFA», recordou, constatando um reconhecimento internacional nunca antes vivido pela arbitragem portuguesa.

Entidades unidas por arbitragem e desporto saudáveis

A apresentação da carrinha Arbitragem na Escola exibiu uma total concentração de esforços e união de todas as entidades presentes em contribuir para uma arbitragem saudável nos próximos anos, seja em qualidade, seja na quantidade dos seus intervenientes, uma realidade elogiada pelo diretor da FPF, Rui Manhoso.

«O que queremos acima de tudo é que o futebol português seja cada vez mais digno e cada vez mais haver a unidade que se vê aqui, e que sei que é peculiar, entre vocês, entre os Conselhos e os outros sócios da Assembleia-Geral da Federação Portuguesa de Futebol, que estejamos unidos na defesa do futebol e apoiarmo-nos nas nossas responsabilidades. Na APAF, na procura de cada vez mais árbitros jovens para a prática desportiva e, no caso do Sindicato dos Jogadores, com os projetos que o (ndr: Joaquim) Evangelista tem em mente e na preocupação sobre como os jogadores vão acabar após o futebol», ressalvou o dirigente federativo.

No que ao Sindicato dos Jogadores diz respeito o seu presidente, Joaquim Evangelista, considerou que a preocupação em contribuir para o futuro do setor da arbitragem é também uma responsabilidade da comunidade e, como tal, coloca o seu complexo à disposição, recordando uma parceria já existente com o CAC Pontinha, clube que foi despojado das suas instalações e que utiliza um dos relvados sintéticos da Academia do Jogador para seguir as suas atividades.