
António Morgado sabia que a sua única chance para ganhar a Clássica da Figueira implicava atacar na subida ao Parque Florestal, com o ciclista português a confessar-se "superfeliz" por triunfar em casa.
"No grupo iam sprinters puros. A minha única chance era tentar arrancar naquela subida. E estou feliz de ter conseguido", reconheceu o jovem ciclista da UAE Emirates após cortar a meta.
Mais efusivo nos festejos do que nas declarações, o corredor com 21 anos acabados de completar explicou o porquê de ter atacado a 21 quilómetros da meta, numa movimentação que anulou a iniciativa do italiano Filippo Ganna, que seguia há mais de duas dezenas de quilómetros em fuga e chegou a parecer imparável rumo ao triunfo.
"Não me estava a sentir muito bem nessa altura da corrida [quando Ganna atacou], na segunda volta. Mas nunca se deita os braços ao chão e consegui ganhar", admitiu.
Mais do que ser "fixe" suceder ao duplo campeão olímpico Remco Evenepoel no palmarés dos vencedores da única clássica portuguesa do circuito UCI ProSeries, Morgado estava satisfeito por erguer os braços no seu país.
"Para mim, é superespecial ganhar aqui. É a única clássica que faço em Portugal e estou muito feliz por ter ganho aqui", pontuou, descrevendo a prova da Figueira da Foz como uma corrida que lhe assenta bem e "uma boa clássica".
O luso da UAE Emirates cortou a meta, no final dos 192,7 quilómetros, com partida e chegada à Torre do Relógio, na marginal da Figueira da Foz, em 4:35.47 horas, cinco segundos à frente de um mini-pelotão encabeçado pelo francês Paul Magnier (Soudal Quick-Step) e pelo checo Mathias Vacek (Lidl-Trek), respetivamente segundo e terceiro.
No entanto, depois de somar a quinta vitória da carreira e a segunda da época, depois do Grande Prémio Castellón, Morgado negou que hoje fosse o líder da equipa.
"Tínhamos o João [Almeida], que é o melhor ciclista português e um dos melhores da equipa, que me ajudou muito hoje. Tínhamos o Jan Christen, tínhamos a mim. Éramos três cartas, calhou-me a mim", concluiu.