
Martín Anselmi quer compromisso por parte dos jogadores do FC Porto, não para com o treinador, mas com o clube. O técnico, que fez esta sexta-feira a antevisão do jogo de amanhã, com o Estrela da Amadora, foi questionado sobre a festa de aniversário de Otávio, onde estiveram vários jogadores da equipa principal, e não fugiu ao tema.
"Gostava de fazer uma reflexão sobre o tema, é inevitável, foi público. Este tipo de episódios merecem-me diferentes reflexões porque como líder tenho de ter uma postura clara. Por um lado, o FC Porto tem um regulamento, que não foi cumprido. E a partir aí marca-se uma falta, neste caso, aplicam-se as multas correspondentes a cada falta. Parece-me bem. Mas a minha reflexão vai mais longe. O regulamento tem a ver com as obrigações, por exemplo os jogadores sabem que têm de ver um vídeo, mas que regulamento os obriga a prestar atenção ao que estão a ver? No final, o importante é o compromisso, não com Anselmi, mas sim com o FC Porto, com a profissão, com o lugar privilegiado que têm e com os companheiros. Gosto de falar da equipa, ao grupo está a cima de tudo. É o mais importante. Fazer parte de uma equipa pode levar-te a fazer coisas que não queres a bem da equipa, como também te pode levar a não fazer coisas que gostavas, a bem da equipa. Este tipo de coisas prejudicam, porque o importante é o foco no jogo. Não me serve nada o dinheiro dos jogadores, mas sim o seu compromisso. A confiança constrói-se e destrói-se, temos de entender, melhorar e o meu papel como líder é focar o grupo no fim de semana, que é o que interessa. O FC Porto que queremos não aceita faltas de compromisso, queremos gente focada", explicou o treinador.
Depois, fez uma reflexão quando questionado sobre se o grupo precisa de amadurecer. "Com a velocidade que se vive hoje, pensa-se pouco. Fui criado de uma forma e não crio os meus filhos como me criaram a mim, porque o mundo muda. Tínhamos valores muito firmes, tento inculcar os mesmos valores, mas neste mundo vive-se a grande velocidade. Agora não tem de se esperar para nada, nem para ver um programa de televisão. As coisas custam. Antes o meu pai dizia-me que tinha de me esforçar, de lutar pelo que queria... Nasci com isto, tento passar isso aos meus filhos e estes jogadores não são meus filhos. Cada ação que temos na vida traz consequências, boas ou más. Entendo o contexto e onde estou, é determinante perceber isso. O privilégio de defender estas cores traz obrigações, responsabilidades e compromisso. Há que entender e contextualizar a sorte que termos".