Ruben Amorim deu uma entrevista ao site da UEFA, a propósito da final da Liga Europa, que o Manchester United vai disputar quarta-feira com o Tottenham, em Bilbao, onde reafirmou a necessidade de a sua equipa vencer a competição. O treinador falou também das suas inspirações, particularmente de José Mourinho.

"Fui influenciado por muitas pessoas. Sempre vi muito futebol e foi aí que aprendi mais. A influência de Jorge Jesus, que por sua vez também foi influenciado pelos holandeses... Costumava ver muito futebol italiano quando era miúdo. Jogar com três defesas faz parte da filosofia de Cruyff. Depois, juntamente com a forma italiana de defender, com uma primeira linha de defesa e uma segunda linha... É uma combinação de diferentes tipos de futebol", explicou.

E prosseguiu, lembrando os tempos que passou em Alvalade. "Muitas das coisas que fiz no Sporting, como contratar jogadores como o Nuno Santos, o Pote, todos esses jogadores, estava a imitar o que o Mourinho fez no FC Porto. Sou o tipo de pessoa que gosta de criar laços. Acho que se consegue lidar melhor com os grupos desta forma do que mantendo a distância. Essa é também uma forma pela qual Mourinho me influenciou. Ele trouxe isso para o futebol - um vínculo. Os truques que criou para desafiar aqueles que precisava de desafiar, para ajudar aqueles que precisava de ajudar. Acho que todos os treinadores aprenderam muito com ele."

Amorim privilegia uma boa relação com os jogadores. "Tento encontrar uma ligação com eles. Não se tem nada se não houver uma ligação entre os seres humanos. Mas sei como manter as coisas separadas. Posso ser uma pessoa diferente fora do campo e ajudá-los. Serei sempre um amigo, por assim dizer, mas quando chega a altura de trabalhar, sou completamente diferente e as coisas não me impedem de tomar decisões difíceis porque consigo ser honesto. Posso ser amigo deles, mas se for necessário, tomo decisões difíceis."

E se todos forem como Bruno Fernandes... "É um exemplo para os outros porque está sempre pronto para treinar, treina ao mais alto nível. Vemos a forma como fala com os companheiros de equipa, às vezes é duro com eles, mas quando o ouço, é uma forma de os ajudar."

Amorim recordou ainda a final da Liga Europa que disputou pelo Benfica, em 2014, que os encarnados acabaram por perder frente ao Sevilha: "Foi, obviamente, um momento muito especial. Recordo os nossos preparativos durante a semana, com todas as entrevistas. Quando tento recordar momentos específicos do jogo, não consigo. O que sei é que não tirei nada disso, nada. Não posso nunca dizer que fui finalista. Não quero dizer isso! Estes jogos precisam de ser ganhos e, se não ganhar, não restará nada além de tristeza."