Alain Prost critica a minissérie autobiográfica ‘Senna’, da Netflix, sobre a vida e carreira de Ayrton Senna, e declara que o malogrado piloto brasileiro, morto num acidente no Grande Prémio de Imola de 1994, não aprovaria a produção. 

Em entrevista ao RAC Motori, o francês, antigo piloto e rival de Senna, afirmou que a minissérie «mostra falta de sensibilidade» e cria «situações que nunca aconteceram». 

«Tenho certeza de que Ayrton não teria gostado, porque mostra falta de sensibilidade. É uma ótima história, mas escusavam de inventar, do nada, coisas que não aconteceram. Compreendo que se tenha pretendido produzir um conteúdo essencialmente comercial, não é correto fazer isso usando o nome do Senna», afirmou Alain Prost, que normalizou a relação tempestuosa com Senna durante o tempo em que foram adversários, incluindo companheiros de equipa na McLaren.

Os dois chegaram a ser próximos depois de o francês ter terminado a carreira de piloto, no final da temporada de 1993, quando conquistou o quarto título mundial, e foi escolhido pela família de Senna para ser uma das pessoas que carregaram a urna do brasileiro durante o cortejo fúnebre em São Paulo, em 5 de maio de 1994.

«Não gosto disso e não aceito», concluiu o tetracampeão mundial de Fórmula 1, de 69 anos, sem detalhar quais são os conteúdos que diz terem sido inventados. 

A produção da série foi desenvolvida em parceria com a família do tricampeão mundial e retrata vários familiares e amigos próximos de Ayrton Senna, incluindo os seus pais e a vida amorosa, e naturalmente a longa e intensa rivalidade com Alain Prost, uma das mais fervorosas da história da Fórmula 1. 

Os dois pilotos foram companheiros de equipa na McLaren, entre 1988 e 1989, de depois em equipas diferentes, em 1990 (Senna na McLaren e Prost na Ferrari) e 1993 (quando o francês regressou após ano sabático em 1992, com Senna na McLaren e Prost na Williams).