Por não ter as habilitações necessárias - o curso de nível IV de treinador, mas antes o III, do qual dispõe -, pensava-se que a primeira vez de João Pereira a falar numa conferência de imprensa pré ou pós-jogo enquanto técnico do Sporting aconteceria apenas na sexta-feira, véspera do jogo para o campeonato frente ao Santa Clara. Aí já teria o diploma do nível III, critério necessário para cumprir com os requisitos da Liga de Clubes para comparecer nesse momento de interação com os jornalistas.
Mas, afinal, conseguiu tomar a palavra antes disso. Por ser uma data UEFA e se tratar de um jogo da Liga dos Campeões, o técnico do Sporting compareceu na conferência de antevisão à partida com o Arsenal, desta terça-feira (20h, Sport TV5), onde João Pereira aproveitou para assegurar que não sente uma pressão extra antes da sua estreia na competição, embora saiba que a dificuldade vai aumentar no encontro de terça-feira.
Depois da goleada na estreia como treinador da equipa principal, sobre o Amarante (6-0), na Taça de Portugal, o novo treinador dos leões, que disse ser “um prazer” falar aos jornalistas, o que aconteceu pela primeira vez desde a sua apresentação, frisou que “não há como esconder que o nível vai aumentar e o grau dificuldade vai ser maior”.
“Mas acho que estamos preparados. O Arsenal tem sete pontos, com só um golo sofrido, de penálti. É uma equipa muito forte defensivamente. Depois, vai tentar fazer-nos mossa com a velocidade na frente e nos esquemas táticos ofensivos”, alertou.
Além das bolas paradas ofensivas, João Pereira elegeu os extremos Bukayo Saka e Gabriel Martineli como maiores ameaças no um para um, mas lembrou que “o Sporting também tem grandes jogadores, que estão a fazer uma campanha fantástica na Liga dos Campeões”.
“A maior dificuldade [nos primeiros tempos no Sporting] é o pouco tempo que temos para treinar, o que é positivo, porque continuamos em todas as competições. Há menos tempo, é um pouco mais difícil, mas espero continuar a ter pouco tempo para treinar”, afirmou.
O treinador dos ‘leões’ assegurou que não vai mudar a identidade da equipa no jogo com os londrinos, pois isso seria “retirar a identidade aos jogadores”, mas admitiu que “não será possível pressionar a campo inteiro 90 minutos.
“Vai haver momentos, também pela qualidade do Arsenal, em que vamos ter menos a bola e vamos ter de saber o momento certo para subir a pressão. Mas vamos continuar a tentar fazer um bom jogo e marcar golos”, afiançou.
Na véspera da sua estreia na Liga dos Campeões como treinador, o antigo lateral diz que sente “pressão todos os dias”, pois “a exigência é diária no Sporting, a cada treino, a cada exercício, a cada jogo”.
“Disse com todo o respeito pelo Amarante que o Arsenal é outro nível. Mas preparei da mesma forma o jogo do Arsenal como o do Amarante, com o mesmo profissionalismo, com o mesmo objetivo, que é ganhar o jogo”, referiu.
Questionado sobre se Viktor Gyökeres pode despertar ainda mais o interesse dos ‘gigantes’ europeus caso repita o que fez com o Manchester City, em que conseguiu um 'hat-trick', João Pereira espera apenas que o sueco “consiga fazer uma grande exibição” e admitiu que Debast e Eduardo Quaresma estão em dúvida até à hora do jogo.
João Pereira disse que falou com antecessor Ruben Amorim, agora no Manchester United, antes da estreia de ambos nos novos desafios, mas que o encontro com o Arsenal não foi tema de conversa.
O Sporting, segundo classificado da fase de liga da Liga dos Campeões, com 10 pontos, recebe na terça-feira o Arsenal, 12.º, com sete, numa partida da quinta jornada que será arbitrada pelo polaco Szymon Marciniak.