Continua a profecia: nos seus 101 anos de história, o Gil Vicente nunca venceu o Arouca. Sem nada a perder - e pouco a ganhar -, Gil Vicente e Arouca empataram em Barcelos (1-1). Numa partida quase sempre morna, sem grande ritmo, os golos dos castelhanos Puche e Santi García garantiram mais um ponto para ambas as equipas.

O GIl Vicente controlou completamente um primeiro tempo em que a turma de Vasco Seabra não deu praticamente nenhum sinal de vida. No segundo, as coisas foram bem diferentes. O Arouca entrou com tudo e marcou, mas uma resposta imediata dos galos fixou o empate na partida.

Nada a perder, nada a ganhar

Depois do dérbi onde havia tudo em jogo, no Minho jogou-se uma partida que em nada alterava os objetivos de ambas as equipas. O Gil Vicente promoveu um dia de clube no Cidade de Barcelos, enchendo as bancadas com as equipas da formação.

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Num dia onde a cidade minhota se mobilizou para Matosinhos para apoiar a outra equipa - o Óquei de Barcelos jogou as meias finais da Liga dos Campeões - o público foi tímido a chegar, mas o Gil Vicente tentou animar os adeptos presentes. Santi García atirou ao poste e Pablo contra um adversário - isolado - ainda dentro dos primeiros cinco minutos.

Com duas equipas soltas de amarras e sem nada a perder, esperava-se um jogo aberto - afinal, a última imagem é a que fica - mas, depois da entrada forte dos gilistas, o ritmo de jogo abrandou substancialmente.

Após 25 minutos de monotonia, à passagem da meia hora lá se voltaram a ver as balizas do Cidade de Barcelos e novamente com o Gil como protagonista. Bamba, na cara de João Valido, permitiu a defesa ao guardião português e Santi atirou de fora da área novamente, desta feita por cima.

Até ao final do primeiro tempo voltou a vencer a monotonia e a partida seguiu empatada para o descanso. Nota para a exibição paupérrima do Arouca, que não conseguiu entrar na zona defensiva adversária: apenas criou perigo através de um cruzamento de Weverson.

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Habemus golos

Apesar de apenas ter quatro jogadores de campo disponíveis para entrar, Vasco Seabra alterou uma peça ao intervalo: Nándin rendeu Mansilla na frente de ataque. Depois de um primeiro tempo pobre, o Arouca foi a primeira equipa a criar perigo no segundo tempo. Puche atirou ao lado e Alex Pinto rematou para defesa de Andrew. Os primeiros sinais de vida dos homens da Serra da Freita.

Ora, se até ao minuto 55´ imperava a ineficácia e inoperância, os minutos que se seguiram rechearam os quase sete mil adeptos no Cidade de Barcelos com o contrário do que até então se tinha visto.

Aos onze do segundo tempo, Puche recebeu à entrada da área, levantou e marcou o seu primeiro golo pelos canarinhos, no jogo 50 pelo clube. Perante a adversidade, e logo no minuto seguinte, foi a vez do Gil Vicente fazer das suas. Quase como uma repetição do golo adversário - mas mais desviado para a direita -, Santi García lançou uma bomba para a baliza arouquesa, sem hipóteses para Valido. Habemus jogo!

O golo gilista galvanizou as bancadas e as bancadas galvanizaram a equipa, que voltou a carregar em cima do Arouca. A vinte minutos do fim, e depois de uma jogada de fino recorte, Félix Correia teve tudo para fazer o golo mas, num dois para zero dentro da área, atirou ao poste. Falhanço inacreditável.

Até ao fim, apenas a nota para a expulsão - depois revertida pelo VAR - a Pedro Santos. O 89 do Arouca escorregou, derrubou Bamba e, inexplicavelmente, Carlos Macedo mostrou o vermelho direto. Felizmente, o VAR reverteu a decisão.

Um empate morno, com dois minutos de apoteose.