As previsões de mau tempo, a chuva e o frio não demoveram várias dezenas de pessoas de se concentrarem a partir das 18:00 em frente à Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, hospital de onde Ana Paula teve alta hoje à tarde depois de ter tido bebé.

A vigília foi convocada pela associação Habita, Rede 8 de Março, União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e o movimento Vida Justa, em solidariedade com Ana Paula e "todas as mães em risco de perderem os filhos por não terem acesso a habitação".

Em declarações à agência Lusa, Rita Silva, do movimento Vida Justa, explicou que a vigília vai além do apoio à causa de Ana Paula, que viu a sua casa autoconstruída no bairro do Talude Militar, ser demolida em 24 de setembro de 2024, e que tem vivido desde então com três filhas numa pensão em Lisboa, paga pelo Instituto de Segurança Social.

"Nós estamos aqui para denunciar uma situação que é muito maior, que são todas as mulheres, todas as famílias que passam por este tipo de problema e que estão sozinhas, estão isoladas e que sofrem silenciosamente as pressões que a Ana Paula sofreu", acusou.

Segundo Rita Silva, o problema por que Ana Paula e tantas outras mães e famílias passam tem a ver com irem pedir ajuda junto dos serviços das autarquias, da Segurança Social ou da Santa Casa da Misericórdia para encontrar uma habitação, já que "as rendas do mercado são absurdas", e receberem de resposta que não há "ajuda nenhuma para ti" e "se voltares aqui e não tiveres casa, corres o risco de acionarmos a CPCJ [Comissões de Proteção de Crianças e Jovens] e eventualmente os teus filhos serem institucionalizados".

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