"Porquê é que o deputado Miguel Arruda há de ficar no mesmo lugar onde está?", questionou, em declarações aos jornalistas no fim da reunião da comissão de inquérito ao caso das crianças luso-brasileiras.
Afirmando que o deputado deixou de ser militante do Chega, André Ventura considerou que "não faz sentido que esteja ali ao lado do partido de qual se acabou de desfiliar".
Questionado onde deverá sentar-se o deputado não inscrito, o líder do Chega respondeu que "a conferência de líderes deve decidir um lugar no plenário, de forma equidistante, que não ao lado do Chega".
"O que o Chega quer dizer é que esta questão tem que ser tratada com a devida naturalidade em conferência de líderes e que deve ser visto aí o lugar adequado, que não o mesmo lugar onde está agora", disse.
De manhã, o arranque do plenário ficou marcado por alguma confusão depois de o presidente da Assembleia da República ter anunciado que o deputado eleito pelo Chega Miguel Arruda passou a não inscrito, com o líder parlamentar daquela força política a protestar contra a localização que lhe foi atribuída e a avisar que não se responsabilizaria pelo que se poderia passar durante o plenário de hoje.
Questionado sobre este aviso, o presidente do partido afirmou que aquilo que Pedro Pinto "quis transmitir foi que isto devia ter sido visto e devia ter sido decidido" antes da sessão plenária.
"Todos sabemos a dificuldade, entre aspas, a complexidade deste processo, nomeadamente nos pedidos e nas exigências que eu próprio fiz enquanto presidente do partido, dizendo que tinha que ser tomada uma opção" e que Miguel Arruda deveria sair do parlamento, disse, proposta que não acatou.
Aguiar-Branco fez o anúncio no arranque do plenário e disse que Miguel Arruda ficaria, na sessão de hoje, sentado na última fila entre as bancadas do Chega e do PSD, como já aconteceu em outras situações semelhantes, remetendo uma decisão final para a conferência de líderes.
Miguel Arruda ficou sozinho na última fila, e aproximou-se dos deputados do PSD.
Nas primeiras votações enquanto deputado não inscrito, votou sempre de forma igual ao Grupo Parlamentar do Chega, esperando a indicação do sentido de voto dos deputados do Chega para indicar o seu de seguida. Quando o Chega corrigia algum sentido de voto, Miguel Arruda de seguia pedia a palavra para fazer o mesmo.
Miguel Arruda, que foi cabeça de lista do Chega pelo círculo dos Açores, foi constituído arguido por suspeitas de furtar malas no aeroporto, durante as viagens entre Lisboa e Ponta Delgada, depois de terem sido efetuadas buscas em sua casa.
FM // JPS
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