Pela primeira vez, a Assembleia da República assinalou o 25 de novembro de 1975. A data divide os partidos e levou mesmo o PCP a faltar às cerimónias desta manhã. Já André Ventura, do Chega, considerou que esta data é que é representa “o verdadeiro dia da liberdade de Portugal”.

Em entrevista à SIC Notícias, o líder do Chega considera que, com a cerimónia parlamentar desta segunda-feira, se repôs uma "verdade histórica" ao recordar uma data que consolidou "a liberdade pluripartidária, de informação, de imprensa que o PCP e a extrema-esquerda nunca quiseram".

"Na altura, era a ameaça da ditadura soviética. Hoje temos outro tipo de ameaças sobre a nossa democracia. Acho que temos de estar atentos a elas [ameaças] e saber quando ela [democracia] está em risco para podermos lutar pela nossa liberdade", afirma.

Para André Ventura, a corrupção é uma dessas ameaças e não hesita em mencionar o nome do antigo primeiro-ministro José Sócrates que, 10 anos após o início da Operação Marquês, ainda não começou a ser julgado.

"Estou muito focado em ser primeiro-ministro"

Ainda faltam dois anos para as eleições presidenciais, mas este já é um tema recorrente no contexto político nacional. Numa das suas últimas entrevista à SIC Notícias, André Ventura já tinha expressado a sua intenção em vir a ocupar o cargo de primeiro-ministro. Questionado novamente sobre essa possibilidade, o líder do Chega começa por antecipar a data das eleições legislativas que estão previstas para 2028.

"Não creio que as legislativas sejam só em 2028, uma vez que o Partido Socialista (PS) já anunciou que para o ano não há Orçamento do Estado, viabilizado pelo Partido Socialista (PS) - o cenário é uma antecipação eleitoral.

André Ventura volta a reforçar que está totalmente "focado" em ser primeiro-ministro e diz-se "empenhado" em matérias como o Orçamento do Estado, segurança, ou combate à corrupção.

"Estamos muito perto do posicionamento. O Chega ainda não tomou essa posição (...) Neste momento, estou focado em ser primeiro-ministro. Não vou excluir essa hipótese [ser candidato a Belém]", reforça.

"As [eleições] presidenciais não estão sequer na sua equação. O Chega, nos seus diversos órgãos, quer liderar a oposição e ser uma alternativa ao Governo de Luís Montenegro. É nisso que o Chega está concentrado, todas as outras eleições acabam por ser uma distração", acrescenta.

"Duvido que um candidato não queira o apoio de uma força que tem um milhão e 200 mil votos"

Depois de deixar claro que o Chega não apoiará uma eventual candidatura de Luís Marques Mendes, André Ventura deixou ainda outra garantia - quem não quiser o apoio do seu partido vai perder um milhão e 200 mil votos.

"Duvido que um candidato não queira o apoio de uma força que tem um milhão e 200 mil votos e que é fundamental para vencer umas eleições presidenciais. Também com toda a certeza, que o que provocarão é uma candidatura do próprio Chega. E depois não se venham queixar que não avançaram, que não passaram à segunda ou terceira volta. O Chega hoje está numa posição muito confortável".