André Ventura acusa o Presidente da República de ser cúmplice ou estar refém do Governo, ao não exigir responsabilidades após as mortes que aconteceram depois de demoras na resposta do INEM. O líder do Chega afirma que, se estes casos acontecessem durante o anterior executivo de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa não permaneceria em silêncio.

“Eu pergunto se o Presidente da República está cúmplice ou refém deste Governo”, questionou André Ventura, esta terça-feira, e m declarações aos jornalistas .

O presidente do Chega considera que se os casos das mortes de cidadãos após elevados tempos de espera por resposta médica tivessem acontecido “num governo de António Costa”, Marcelo Rebelo de Sousa “estava todos os dias a dizer que havia pessoas que era preciso mudar, que havia ponderações a fazer, que havia mudanças a fazer”.

“Onde é que anda agora o Presidente da República? O que é que lhe aconteceu?” , insistiu Ventura. “Isto é importante porque mostra as cumplicidades que há no sistema em Portugal .

Ministra e primeiro-ministro a "fugir a responsabilidades"

André Ventura criticou também o facto de a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, recusar demitir-se.

“Depois de tudo o que aconteceu - 11 mortes, pelo menos em abstrato, associadas à falta de socorro - a sra. ministra dizer no Parlamento que não se demite é uma grande falta de cultura democrática e é uma grande falta de cultura de responsabilidade”, declarou o líder do Chega.

A crítica é extensível ao primeiro-ministro que, aos olhos do presidente do Chega, está também a fugir à responsabilidade, ao manter Ana Paula Martins no cargo.

André Ventura recordou que a demissão da antiga ministra socialista, Marta Temido, esteve também relacionado com um caso de uma morte no SNS – e que, na altura, ainda na oposição, o agora primeiro-ministro Luís Montenegro foi a favor da saída da governante.

“Eu pergunto, hoje, se não é o doutor Luís Montenegro que está a fugir das suas responsabilidades”, atirou o líder do Chega.

“O que é que o doutor Luís Montenegro de 2023 teria a dizer ao doutor Luís Montenegro líder do Governo em 2024?”, questionou. “Tenho a certeza de que ele diria demissão”, acrescentou, logo prontamente.

Onze pessoas morreram, durante as últimas semanas, após atrasos na resposta do INEM. Os diferentes casos já levaram à abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público, existindo também um inquérito em curso aberto pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.