"A maioria dos beneficiários recebeu apoio psicossocial e de saúde mental, sendo que as crianças representam quase três quartos de todos os beneficiários, salientando a natureza centrada na criança da resposta", lê-se num relatório daquele mecanismo global, elaborado pela área responsável pela Proteção à Criança (CP AoR), consultado hoje pela Lusa.

O apoio, prestado em 14 distritos daquela província, rica em gás, que enfrenta desde 2017 uma rebelião armada que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas, deu "especial atenção" aos grupos mais vulneráveis, que incluem crianças anteriormente associadas a grupos armados, crianças não acompanhadas e separadas, além de adolescentes afetados pelas uniões prematuras, refere-se no documento.

"A gestão de casos foi significativamente alargada, alcançando 12.919 crianças e adolescentes com total paridade de género. Paralelamente, o apoio às crianças com deficiência expandiu-se, atingindo 655 crianças, marcando um progresso notável em comparação com os trimestres anteriores", explica-se ainda.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo estudo divulgado recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estimou recentemente que mais de 24.000 pessoas tenham fugido de aldeias em sete distritos de Cabo Delgado devido a novas incursões de grupos armados no norte de Moçambique, sendo cerca de 50% dos deslocados crianças.

 

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