
A União Europeia pondera aplicar tarifas às grandes empresas de tecnologia se as negociações com Trump falharem. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, diz ao Financial Times que estão a “desenvolver medidas de retaliação”.
O objetivo é alcançar um acordo “completamente equilibrado” com os Estados Unidos durante a pausa de 90 dias. Caso não alcancem um resultado “satisfatório”, as taxas europeias vão aplicar-se a empresas como a Meta ou a Google. “Um exemplo é a imposição de uma taxa sobre as receitas de publicidade dos serviços digitais”, afirma.
Von der Leyen avisou que não se podem ter “demasiadas expectativas” acerca dos resultados da negociação “porque, muitas vezes, as normas são diferentes porque existem diferenças no modo de vida e na cultura”. Exclui a possibilidade de rever os regulamentos “intocáveis” da UE sobre conteúdos digitais e poder de mercado ou rever o imposto do IVA por ser uma “decisão soberana”. Se as negociações falharam, a União Europeia irá aplicar de imediato as tarifas planeadas sobre o aço e o alumínio importados dos EUA.
Von der Leyen disse que as tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos têm provocado “um ponto de inflexão total no comércio mundial”. “É um ponto de viragem com os Estados Unidos, sem qualquer dúvida”, no qual “não há vencedores, apenas derrotados”.
“Os custos da incerteza que estamos a viver hoje serão pesados”, alertou a presidente da Comissão Europeia. Revelou ainda que já tinha tentado negociar com os Estados Unidos, mas foi-lhe dito para esperar até ao anúncio de Trump, que impôs uma tarifa de 20% à UE. “A grande maioria dos serviços, 80% dos serviços, são provenientes dos EUA. Por isso, mais uma vez, queremos uma solução negociada que seja a melhor para nós, para todos nós”, afirmou.