
Uma juíza do Nevada adiou, esta terça-feira, o julgamento de Duane "Keffe D" Davis pelo homicídio de Tupac, que devia começar no próximo mês, para fevereiro de 2026.
A equipa de defesa do acusado pediu mais tempo, afirmando que tinha de ser feito um trabalho de investigação e que foram identificadas novas testemunhas que têm de ser entrevistadas e podem testificar que Davis não estava no local do tiroteio.
"Parece que ainda há algumas coisas a fazer para preparar este caso de modo a que o Sr. Davis possa ter uma assistência efetiva do advogado", disse a juíza do tribunal distrital do condado de Clark, Carli Kierny, durante uma curta audiência, segundo o The Guardian.
O advogado Carl Arnold, que lidera a defesa, disse que o caso envolvia alegações com décadas de existência e que os factos essenciais ainda não foram totalmente examinados.
Duane "Keffe D" Davis, ex-líder de um gangue, foi acusado de orquestrar a morte de Tupac Shakur, no dia 7 de setembro de 1996, quando o rapper seguia num BMW conduzido pelo fundador da Death Row Records, Marion "Suge" Knight, e foi baleado quando o carro estava parado num sinal vermelho.
Davis está preso desde 2023, apesar de se ter declarado inocente. No entanto, o acusado já tinha admitido em entrevistas e no livro de memórias "Compton Street Legend", de 2019, que estava no Cadillac de onde irrompeu o tiroteio e assumiu ter fornecido a arma usada.
No entanto, os processos judiciais de Davis dizem que as suas descrições, nos últimos anos, de orquestrar o tiroteio foram "feitas para fins de entretenimento e para ganhar dinheiro".
Arnold argumentou que Davis nunca deveria ter sido acusado, graças aos acordos de imunidade que Davis diz ter feito, há anos, com os procuradores federais e locais quando vivia na Califórnia.
Segundo o The Guardian, os advogados de defesa também estão a levantar questões sobre a forma como Tupac morreu, dizendo que têm informações de testemunhas, que indicam que o rapper estava em condições estáveis depois do tiroteio e que morreu, subitamente, depois de ter estado hospitalizado durante uma semana. Querem agora consultar especialistas médicos e forenses para avaliar possíveis alternativas para causas de morte.
O mistério por detrás do caso da morte de Tupac inspirou vários documentários durante os quase 30 anos desde os acontecimentos. Tupac Shakur foi um dos maiores nomes do rap americano, tendo vendido mais de 75 milhões de discos.