O túmulo do líder da extrema-direita francesa e fundador da Frente Nacional (FN), Jean-Marie Le Pen, foi vandalizado na quinta-feira à noite no cemitério de La Trinité-sur-Mer (Morbihan), informaram esta sexta-feira jornais e autoridades franceses.

A campa "estava bastante danificada", alegadamente por golpes de marreta, afirmou Philippe Olivier, conselheiro especial de Marine Le Pen (que assumiu as rédeas do partido cofundado pelo pai) e marido da sua irmã mais velha, Marie-Caroline. A cruz celta em cima da sepultura "estava partida", acrescentou.

"Não há palavras para descrever aqueles que atacam o mais sagrado dos bens. Aqueles que atacam os mortos são capazes do pior contra os vivos", afirmou Marie-Caroline Le Pen na rede social X.

A informação avançada pelo jornal France 3 Bretagne, foi confirmada também pelo canal francês BFMTV por fonte próxima da investigação e, posteriormente, pela gendarmaria (equivalente à Guarda Nacional Republicana portuguesa).

"Os guardas deslocaram-se ao local. Os danos parecem ser consideráveis", acrescentou o eurodeputado Gilles Pennelle, do partido de extrema-direita União Nacional (RN, anterior FN) e conselheiro regional da Bretanha.

Para o eurodeputado, "é impossível vigiar o túmulo 24 horas por dia", criticando o vandalismo em que "a cobardia se junta à abjeção".

O presidente da Câmara de La Trinité-sur-Mer, Yves Normand, disse ao canal BFMTV que não iria fazer "qualquer declaração sobre o vandalismo do túmulo da família Le Pen", frisando que "os guardas estão no local desde esta manhã para efetuar investigações".

"Enquanto a guarda efetua as investigações, o cemitério está fechado. Uma vez concluídas, será reaberto à hora habitual", acrescentou a Câmara Municipal de La Trinité-sur-Mer.

Jean-Marie Le Pen morreu no início do mês

Jean-Marie le Pen, que morreu a 7 de janeiro, foi sepultado no jazigo onde estão também sepultados os seus pais.

O funeral do candidato às eleições presidenciais de 2002 realizou-se a 11 de janeiro na sua cidade natal, La Trinité-sur-Mer, onde a família Le Pen ainda tem a sua casa, na mais estrita privacidade familiar e com medidas de segurança para evitar qualquer perturbação pública.

Após o anúncio do falecimento do líder de extrema-direita, obcecado pela imigração e pelos judeus, centenas de opositores reuniram-se em várias cidades francesas, incluindo Paris, Lyon e Rennes, para celebrar a sua morte com cânticos, bombas de fumo e fogo-de-artifício.


Com LUSA