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O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, voltou a falar dos planos que tem para a Faixa de Gaza e do desejo em tornar o Canadá o 51.º estado norte-americano. Numa conferência de imprensa improvisada no avião presidencial, o líder teve ainda tempo de designar o 9 de fevereiro como o Dia do Golfo da América.
Trump afirmou estar "comprometido em comprar e possuir" a Faixa de Gaza, embora tenha convidado outros países da região a reconstruir o enclave palestiniano.
"Estou empenhado em comprar e ser proprietário de Gaza. Quanto a reconstruirmos, podemos dar a outros estados do Médio Oriente para que construam partes", disse o republicano aos jornalistas, no interior do avião presidencial.
"Outras pessoas podem fazê-lo através de nós, mas estamos empenhados em ser proprietários, em tomar o território e em garantir que o Hamas não volta a instalar-se, que não há nada para onde voltar."
Pouco depois, o Hamas condenou as declarações do Presidente norte-americano: "Condenamos as declarações de Trump sobre 'comprar e possuir Gaza', que refletem uma profunda ignorância sobre a Palestina e a região. Gaza não é uma propriedade que possa ser comprada e vendida, é parte integrante da nossa terra palestiniana ocupada", disse Izat al-Rishq, um dirigente da ala política do Hamas.
"Tratar questão palestiniana com mentalidade de agente imobiliário é receita para o fracasso"
Num comunicado divulgado pelo jornal 'Filastín', ligado ao movimento islamita, Al-Rishq salientou que a Faixa de Gaza "pertence ao seu povo e não o abandonará".
A única forma de os palestinianos abandonarem voluntariamente o enclave é se puderem regressar às casas nas cidades e vilas que Israel ocupou em 1948, acrescentou o dirigente.
"Tratar a questão palestiniana com a mentalidade de um agente imobiliário é uma receita para o fracasso, e o nosso povo vai frustrar todos os planos de deslocação e deportação", disse Al-Rishq.
Na terça-feira, Trump propôs expulsar mais de dois milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza e transformá-la numa "Riviera do Médio Oriente", gerando protestos globais, sobretudo no mundo árabe.
O Presidente dos Estados Unidos anunciou a ideia numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que a saudou como "a primeira boa ideia" que ouviu sobre o que pós-guerra no enclave devastado.
Trump reafirma ideia de Canadá como 51.º estado norte-americano
Já numa entrevista à Fox, divulgada no domingo, o chefe de Estado dos EUA reafirmou a ideia de que o Canadá "estaria melhor" se se convertesse num estado norte-americano.
"Penso que o Canadá estaria muito melhor se fosse o 51.º estado, porque perdemos 200 mil milhões de dólares por ano com o Canadá e eu não vou deixar que isso aconteça. É demasiado."
No entanto, o magnata republicano disse que não se importaria de pagar esse dinheiro se o Canadá se tornasse mais um Estado norte-americano.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, foi captado por um microfone, sem o saber, a dizer que as palavras do Presidente Trump sobre fazer do Canadá o 51.º estado dos Estados Unidos são "algo real", noticiaram os meios de comunicação locais.
"Sim, é", respondeu Donald Trump depois de lhe ter sido perguntado se era de facto uma coisa real, como Trudeau tinha indicado.
Donald Trump demonstrou em várias ocasiões, antes e depois de iniciar o seu segundo mandato, a 20 de janeiro, o seu interesse em fazer do Canadá o 51.º Estado norte-americano, incluindo através do recurso à "força económica".
No domingo, na conferência de imprensa improvisada que o Presidente deu no "Air Force One" a caminho de Nova Orleães para assistir ao "Super Bowl", Donald Trump disse que o Canadá "não é um país viável", que não gasta o suficiente com as suas forças armadas porque assume que os Estados Unidos cuidarão dele.
Trump designa 9 de fevereiro Dia do Golfo da América
Na mesma conferência de imprensa improvisada, o Presidente norte-americano designou o dia de 9 de fevereiro como o "Dia do Golfo da América".
A medida surge na sequência de Donald Trump ter assinado uma ordem executiva que pôs em marcha o processo de mudança do nome do Golfo do México para Golfo da América.
O anúncio a bordo do avião presidencial Air Force One, a caminho de Nova Orleães para assistir ao Super Bowl, foi feito com um grande mapa do polémico golfo e quando sobrevoava a zona.
"Hoje, faço a minha primeira visita ao Golfo da América desde que este foi rebatizado. À medida que a minha administração restabelece o orgulho americano na história de grandeza da América, é apropriado que a nossa grande Nação se junte e comemore esta ocasião importante e a renomeação do Golfo da América."
- Com Lusa