O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmaram esta segunda-feira que estão a trabalhar num novo acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza que permita a libertação dos reféns ainda detidos.

"Estamos a trabalhar num novo acordo que esperamos que seja bem-sucedido e estamos determinados a libertar todos os reféns" retidos pelo Hamas, afirmou o primeiro-ministro israelita na Sala Oval, após uma reunião com o Presidente norte-americano.

Trump reforçou que os Estados Unidos estão "a fazer tudo o que é possível para libertar os reféns" e que estão a "considerar outro cessar-fogo".

Donald Trump, defendeu que "ninguém" quer viver na Faixa de Gaza e disse que seria "uma coisa boa" se as forças norte-americanas assumissem o controlo do enclave palestiniano.

O Presidente norte-americano insistiu que vê o enclave palestiniano como um "imóvel incrivelmente importante", e defende que "ter uma força de manutenção da paz como os EUA a controlar e a tomar conta da Faixa de Gaza seria uma coisa positiva".

Trump, que tem sido acusado de procurar uma limpeza étnica do enclave com o seu plano, defendeu a "deslocação dos palestinianos para outros países" e a criação de uma "zona livre" onde a população não esteja em risco.

No início de fevereiro, Donald Trump sugeriu que os Estados Unidos deveriam assumir o controlo da Faixa de Gaza para a reconstruir e transformá-la na "Riviera do Médio Oriente".

Para isso, os seus habitantes poderiam ser transferidos para o Egito e a Jordânia, que rejeitaram veementemente esta opção, mas que têm de lidar com a pressão americana.

"Não percebo porque é que Israel a abandonou (Faixa de Gaza)", reiterando que "Israel era dono" do enclave onde vivem mais de 2 milhões de pessoas.

Após dois meses de tréguas frágeis entre o Hamas e Israel, o exército israelita retomou, em 18 de março, a sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, a partir da qual o movimento palestiniano tinha lançado ataques sem precedentes contra Israel em 7 de outubro de 2023.

A recente trégua permitiu o regresso de 33 reféns israelitas, oito dos quais morreram, em troca da libertação de cerca de 1800 palestinianos detidos nas prisões israelitas.

O primeiro-ministro israelita e o seu Governo mantêm, contra o conselho da maioria das famílias e parentes dos reféns, que o aumento da pressão militar é a única forma de forçar o Hamas a devolver os reféns, vivos ou mortos, ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza.

Dos 251 reféns raptados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, 58 continuam detidos no território palestiniano, 34 dos quais mortos, segundo o exército israelita.

Netanyahu, logo após chegar a Washington no domingo, reuniu-se com altos funcionários da administração Trump, o secretário de Comércio Howard Lutnick e o representante comercial dos EUA, Jameson Greer, para discutir as tarifas aduaneiras e com Steve Witkoff, enviado especial de Trump para o Médio Oriente, antes da sua reunião com o Presidente.

Em janeiro, Witkoff foi um dos mediadores para o cessar-fogo na Faixa de Gaza. Entretanto, a 18 de março, Israel intensificou os ataques ao enclave palestiniano, onde já morreram cerca de 1.500 palestinianos, segundo as autoridades locais.


Com LUSA