Um tribunal de Moscovo ordenou a detenção preventiva de Andrei Kotov, diretor da empresa turística "Man Travel", acusado de organizar viagens turísticas para membros da comunidade LGBT, declarada extremista e ilegal na Rússia.
Em declarações à agência noticiosa russa TASS, o juiz do Tribunal Distrital de Golovinsky, em Moscovo, afirmou ter aceitado "o pedido dos órgãos de investigação" e optou pela "sentença de prisão preventiva até 28 de janeiro para Kotov".
A defesa de Kotov, de 48 anos, insistiu que a investigação não apresentou provas suficientes para a sua detenção e que não há confirmação de que tenha organizado viagens turísticas para minorias sexuais.
O acusado, que foi detido na semana passada, declarou-se inocente e afirmou que estava simplesmente a organizar viagens turísticas para homens no rio Volga.
A empresa de turismo "Man Travel" foi criada em março de 2024 para oferecer serviços de lazer e de relaxamento.
Os ataques à comunidade LGBTQ
O Supremo Tribunal da Rússia proibiu o movimento internacional LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e trans) na Rússia há um ano, considerando-o uma "organização extremista", apesar dos protestos de ativistas e defensores dos direitos humanos.
Em novembro de 2022, a Duma (câmara baixa do parlamento russo) aprovou uma lei que proíbe totalmente a chamada "propaganda LGBTQ", incluindo as atividades que promovam os direitos dos homossexuais. As cirurgias de mudança de sexo foram também proibidas em junho passado, causando grande alarme entre a comunidade transgénero.
O vice-ministro da Justiça, Andrei Luguinov, garantiu à ONU que não existe discriminação ou perseguição da comunidade homossexual na Rússia e considerou que a proibição de manifestações públicas de homossexualidade está em conformidade com os valores morais do país.